Em discurso ao Parlamento da Itália nesta terça-feira, 22, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cobrou maiores sanções à Rússia, alertando que a guerra é o caminho do presidente Vladimir Putin para chegar à Europa.
“A invasão já tem 27 dias, um mês, e precisamos de outras sanções e outras pressões para que a Rússia não possa se abastecer de reservas militares na Líbia ou Síria, e para que volte à paz”, afirmou o chefe de Estado ucraniano, que foi recebido de pé e com muitos aplausos por cerca de 1.000 parlamentares italianos.
Zelensky alertou que o objetivo da Rússia é “influenciar a Europa” e “destruir seus valores, sua democracia e seus direitos humanos”, antes de completar que a “Ucrânia é a porta para o Exército russo, porque querem entrar na Europa”.
Na segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores e Defesa da União Europeia aprovaram uma nova estratégia de segurança destinada a aumentar a influência militar do bloco, estabelecendo uma força de reação rápida de até 5.000 soldados em casos de crise.
É esperado que os líderes do bloco aprovem a iniciativa já no final da semana, entre os dias 24 e 25. O plano, conhecido como Bússola Estratégica, foi apresentado no ano passado após a retirada caótica das tropas estrangeiras do Afeganistão depois da queda da capital, Cabul, para o Talibã, em agosto.
Em seu discurso, o presidente citou a conversa que teve com o papa Francisco, a quem disse que o povo ucraniano busca defender o país “do mal, da destruição, do derramamento de sangue”.
O chefe de Estado ainda agradeceu à Itália pelo acolhimento de mais de 70 mil ucranianos, que chegaram ao país fugindo da guerra. Entre os refugiados estão 25 mil criança.
“Só há que parar a uma pessoa para que milhões sobrevivam”, concluiu Zelensky.
Em meio às negociações de representantes russos com ucranianos, o presidente já havia afirmado que qualquer acordo acertado entre os países para acabar com a guerra terá de ser ratificado pelo povo ucraniano. Além disso, qualquer possível compromisso com a Rússia, incluindo pontos envolvendo uma possível adesão à Otan, será submetido a um referendo nacional.