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Grandes negócios e tendências do mercado imobiliário. Renata Firpo é publicitária, consultora imobiliária e advogada pós-graduada em Direito imobiliário
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Bilionário lança edifício de alto luxo no coração dos Jardins, em SP

Responsável pelo novo empreendimento, Alex Allard ficou conhecido pelo sucesso do Cidade Matarazzo

Por Renata Firpo
Atualizado em 14 nov 2024, 18h18 - Publicado em 14 nov 2024, 09h51

O bilionário francês Alex Allard ganhou os holofotes após inaugurar o empreendimento misto Cidade Matarazzo, que foi construído no espaço tombado onde funcionava o antigo hospital e maternidade Matarazzo, no bairro da Bela Vista, na capital paulista. O local passou a abrigar um mix de restaurantes de luxo, o hotel seis estrelas Rosewood e unidades residenciais, trazendo um novo jeito de incorporar e lançar projetos. A investida de Allard no Cidade Matarazzo foi uma aula para o mercado de como valorizar a história e resignificar os espaços dentro de uma metrópole.

Dois anos depois da empreitada, ele volta agora a movimentar o setor, mas dentro de uma outra proposta. A semente de seu novo empreendimento surgiu na época do Matarazzo. Desde 2011, quando comprou o terreno com parte da fortuna que acumulou na área de tecnologia, Allard tem planejado se tornar uma marca ligada à sustentabilidade. Por isso, nos últimos tempos, vem se mantendo atento e aprendendo constantemente sobre a cultura brasileira e as demandas no mundo para práticas de ESG, sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (em português, “Ambiental, Social e Governança”). É um conceito que se refere a um conjunto de padrões e boas práticas que avaliam o desempenho de uma empresa em relação à sustentabilidade.

Por ser um homem cosmopolita, com residências em São Paulo, Paris e Estados Unidos, Allard percebeu como as questões ligadas ao meio ambiente ganharam um enorme protagonismo. O comprometimento com a sustentabilidade, sem ficar apenas no discurso de marketing, foi a inspiração para ele desenhar um novo projeto. O foco de clientes segue sendo na faixa de alta renda, dentro do conceito de um novo tipo de luxo, o luxo sustentável.

No início do projeto, tendo como ponto de partida a ideia de sustentabilidade e recursos financeiros suficientes no caixa para bancar uma nova obra, faltava um terreno onde Allard pudesse erguer o empreendimento. Depois de um tempo de pesquisa, o lugar escolhido acabou sendo na badalada Rua Oscar Freire, ao lado de um endereço onde o empresário quase incorporou um outro projeto, antes de optar pelo investimento da  Cidade Matarazzo. Para Allard, não foi coincidência e, sim, obra do destino.

Por acreditar que o empreendimento tem um propósito tão relevante e significativo, o francês decidiu batizar o empreendimento com seu sobrenome. Com previsão de ter suas obras concluídas em 2028,  o Edifício Allard pretende ser um marco para o mercado imobiliário de alto luxo no país. Apesar de não ter os valores das suas unidades divulgadas, seguindo a mesma estratégia na época do lançamento do Cidade Matarazzo, o empresário afirma que serão os apartamentos mais caros da cidade. Além da sua assinatura, outros nomes importantes estão no desenvolvimento desse projeto, como a construtora Gafisa, parceira no negócio, e o arquiteto Arthur Casas, um dos nomes mais em voga atualmente no cenário de luxo residencial.

O Allard terá uma torre única de 33 andares,  na qual os oito primeiros pisos serão dedicados ao lazer, com dois restaurantes, uma boulangerie, SPA e livraria, todos abertos também ao público. Um dos restaurantes, inclusive, teve um investimento de 25 milhões de reais e será comandado pelo renomado chef Jean-Georges. Os andares seguintes são de unidades residenciais, com 17 apartamentos de 430 metros quadrados, dois duplex de 770m2 e uma cobertura tríplex de quase 1300m2. A inspiração do prédio é o Brasil, daí a escolha do arquiteto Arthur Casas, que tem em seus projetos uma combinação de natureza e urbanidade, utilizando madeira, paisagismo e concreto. Todos os materiais são brasileiros e usados de forma sustentável. “As madeiras e pedras locais foram selecionadas com rigor pelo próprio Alex Allard, após mais de 20 anos de pesquisa no Brasil,” diz Luis Fernando Ortiz, vice-presidente da Gafisa.

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