O porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, confirmou nesta segunda-feira, 5, que a França pode enfrentar uma quarta onda da epidemia de Covid-19 a partir do final de julho, à medida que o país enfrenta uma forte propagação da variante Delta. Attal reforçou o alerta feito no último domingo pelo ministro da Saúde, Olivier Véran, de que todos os índices de contágio voltaram a crescer no país devido à cepa.
“Há cerca de uma semana, a epidemia volta a ganhar terreno na França. A variante Delta, que é particularmente contagiosa e preocupante, avança rapidamente”, declarou o porta-voz à rádio France Inter. “As contaminações dobram a cada semana e hoje mais de 30% dos novos casos são ligados à variante Delta. Essa situação poderia indicar uma retomada da epidemia”, completou.
Sobre a possibilidade de uma quarta onda a partir do final de julho, ele disse que ela existe, mas a vacinação impediria que os hospitais ficassem novamente saturados.
Apesar da preocupação, o número de pacientes em UTI no país caiu pela primeira vez desde setembro de 2020 para menos de 1.100, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta segunda-feira. Em 14 de junho havia mais de 2.000 leitos de UTI ocupados por infectados pelo coronavírus.
Até a semana passada, os casos ligados à variante Delta aumentavam proporcionalmente na França, mas o número total de contaminações recuava. Uma nova onda da epidemia era esperada, mas somente entre o final de agosto e início de setembro.
A situação começou a mudar rapidamente nos últimos dias. Enquanto as infecções provocadas pela Delta cresceram, a campanha de vacinação diminuiu seu ritmo. Para acabar com as resistências à vacina, o governo francês estuda a possibilidade de tornar a vacina obrigatória aos profissionais da saúde.
Ao todo, cerca de 51% da população já recebeu ao menos uma dose da vacina, enquanto 37% estão terminaram o protocolo de imunização com as duas doses.
O último domingo foi o sétimo dia consecutivo de alta de contaminações após várias semanas de recuo. Foram registrados no país 2.549 novos casos de coronavírus, levando a média móvel para 2.312. Uma semana antes, esse índice era de 1.816.
A taxa de incidência pulou de 18,6 contaminados por 100 mil habitantes em 27 de junho, para 21,5/100 mil em 1° de julho.
Ao todo, o país soma 5,78 milhões de casos, incluindo 111.226 mortes.