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Sunak vs Truss: Quem será o herdeiro de Boris Johnson?

"Rishi sedutor" e a "Nova Margaret Thatcher" enfrentam votação de 180.000 conservadores para serem líder do partido - e do Reino Unido

Por Amanda Péchy
20 jul 2022, 13h22

O Partido Conservador britânico decidiu: o ex-ministro das Finanças, Rishi Sunak, e a ministra das Relações Exteriores do país, Liz Truss, vão disputar o posto do oficialmente ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson. Em briga acirrada, Sunak recebeu nesta quarta-feira, 20, um total de 137 votos de seus colegas conservadores, enquanto Truss ganhou 113.

Embora o ex-ministro do governo Johnson tenha saído na frente, tudo pode acontecer: há 105 votos em disputa que foram para Penny Mordaunt, ministra de Estado para a Política Comercial – a partir desta quarta, fora da corrida.

Rishi Sunak era visto como o herdeiro natural de Boris Johnson – antes de romper com o premiê. Ele renunciou ao cargo no início deste mês depois de questionar a competência e a ética de Johnson, e agora enfrenta forte oposição de Johnson e seus aliados, que o consideram um vira-casaca.

Liz Truss liderou a resposta do Reino Unido à invasão da Ucrânia pela Rússia na liderança Relações Exteriores. Ela é vista como uma das estrelas em ascensão – passou a ser conhecida como “A Nova Dama de Ferro”, em referência a Margaret Thatcher – e ficou ao lado de Johnson até o fim. No entanto, ela tem enfrentado críticas por fazer uma campanha sem sal com desempenhos instáveis em alguns dos debates

Um dos dois será escolhido em uma votação de 180.000 membros conservadores para ser o novo líder do partido – e, portanto, sucessor de Johnson como o líder do país. O vencedor será anunciado em 5 de setembro.

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Aos 42 anos, Sunak seria o primeiro-ministro mais jovem em mais de 200 anos e o primeiro líder sul-asiático do país. Ele foi nomeado ao ministério das Finanças em 2020, pouco antes da pandemia.

Apesar de seu background neoliberal, tornou-se o membro mais popular do governo devido às polpudas medidas econômicas para sustentar trabalhadores que foram obrigados a ficar em casa para proteger-se da Covid-19. A fama rendeu-lhe um apelido inapropriado, ainda que elogioso, dos tabloides: “Dishy Rishi”, ou “Rishi sedutor”, na tradução livre

Sua popularidade, no entanto, foi passageira. Primeiro, recebeu acusações de que uma campanha para reavivar a economia do Reino Unido tenha causado uma nova e poderosa onda de Covid-19. Depois, sua riqueza e finanças foram questionadas: sua esposa, Akshata Murty, é filha do bilionário “Bill Gates da Índia” e o casal vale US$ 877 milhões – só que Murty não pagou impostos do Reino Unido sobre sua renda no exterior, o que pegou mal enquanto Sunak estava aumentando os impostos de milhões de britânicos.

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Sunak também foi criticado por manter seu Green Card americano – que significa a intenção de se estabelecer nos Estados Unidos – por dois anos depois de se tornar ministro das Finanças. A cereja em cima do bolo é que ele também foi multado pela polícia, junto com Johnson e cerca de 50 outros políticos, por participar de uma festa no gabinete do primeiro-ministro em 2020, que quebrou as regras do lockdown em vigor.

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Apesar disso, a campanha de Sunak tem ido bem. Mais profissional que a da concorrente, mostra um candidato elegante, eloquente e com propostas plausíveis. Ele é popular entre os legisladores conservadores, mas agora deve conquistar o partido mais amplo – apesar de constantemente mencionar seu ídolo político, Margaret Thatcher, ainda é taxado de esquerdista pelos críticos.

Enquanto isso, Truss conquistou apoio de partidários de Johnson, como Jacob Rees-Mogg e Nadine Dorries, sendo vista como a “candidata da continuidade”. O rótulo, no entanto, pode sair pela culatra: alguns acreditam que ela poderia ser o “beijo da morte” para um partido que quer uma ruptura com o passado e um recomeço.

A ministra prometeu que não é nada disso. Segundo ela, não deixou o governo de Johnson por ser “uma pessoa leal” e garantiu que vai trazer a maior mudança econômica que o Reino Unido viu em 30 anos. O plano inclui reverter o aumento do Seguro Nacional, feito por Sunak, cortar o aumento programado do imposto corporativo de 19% para 25% e introduzir uma moratória temporária no nível de energia verde, para baratear contas de energia.

Mas Sunak ridicularizou seus planos como “economia de conto de fadas” e até a classificou como socialista.

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