Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sem máscara, Putin reaparece em desfile da vitória russa na II Guerra

Em plena pandemia de Covid-19, presidente russo comemora 75 anos da derrota das tropas de Hitler, enquanto tenta se manter no poder até 2036

Por Ricardo Ferraz Atualizado em 24 jun 2020, 13h50 - Publicado em 24 jun 2020, 12h27
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Rússia é o terceiro país do mundo em número de casos de Covid-19. Com mais de 600.000 pessoas infectadas e 8.500 mortes, o país perde apenas para o Brasil e os Estados Unidos no triste ranking da pandemia. Embora em um ritmo mais lento do que o observado há um mês, a doença avança na base de 7.000 novos casos por dia, em média, e está longe de ser controlada. Como se não bastasse, os cálculos do banco central russo estimam que a economia deva recuar até 6% esse ano e os índices de aprovação do governo estão em queda. Nada disso, porém, impediu que o presidente Vladimir Putin cantasse vitória. Não sobre os feitos atuais, mas sobre a derrota imposta pelos aliados ao nazi-fascismo, há 75 anos, durante a II Guerra Mundial.

    Publicidade

    ASSINE VEJA

    Acharam o Queiroz. E perto demais Leia nesta edição: como a prisão do ex-policial pode afetar o destino do governo Bolsonaro e, na cobertura sobre Covid-19, a estabilização do número de mortes no Brasil ()
    Clique e Assine

    Nesta quarta-feira, Putin assistiu 14.000 soldados marcharem ombro a ombro sobre a Praça Vermelha, em Moscou, ao lado de tanques, mísseis e viaturas militares. Nenhum deles portava a arma mais eficaz contra o coronavírus: a máscara. Nas tribunas, o presidente e as autoridades, sentadas sem observar a distância mínima de um metro e meio recomendada pelos especialistas, conversavam sem qualquer tipo de proteção. O feriado do Dia da Vitória, sempre comemorado em 9 de maio, foi adiado por conta da pandemia e marcou a volta das aparições públicas de Putin, que estava recluso há três meses em sua residência na capital russa.

    Publicidade

    “É impossível imaginar o que teria acontecido ao mundo, se não fosse o Exército Vermelho que se levantou para defendê-lo”, disse o presidente, em discurso, no início do desfile.

    Continua após a publicidade

    Cortejada por Churchil, durante a segunda guerra para se juntar às fileiras aliadas, a Rússia perdeu um tanto de seu prestígio internacional. Poucos líderes estrangeiros compareceram ao evento, apenas os presidentes da Sérvia e da Moldávia estiveram presentes. O presidente da França, Emmanuel Macron, e outros líderes europeus que haviam confirmado presença, no entanto, acabaram declinando do convite e não compareceram. China e Índia, contudo, fizeram acenos a Putin. Os dois países disputam o apoio da Rússia na questão do conflito das fronteiras no Himalaia e mandaram representantes e soldados que participaram do desfile.

    Publicidade

    Portentosos, os desfiles militares aconteceram em toda Rússia, o maior país em termos territoriais do planeta. Começaram pouco depois da meia-noite, horário de Moscou, na noite de terça-feira em Kamchatka, no Oceano Pacífico, e passaram pelos 11 fusos horários russos. De nada adiantaram os apelos do prefeito de Moscou para que as pessoas vissem o desfile em suas casas, pela televisão. Milhares de pessoas compareceram à Praça Vermelha para acompanhar o evento.

    A mobilização chega em boa hora para Putin, que pretende colocar em votação, ainda essa semana, as mudanças na Constituição que irão permitir ao atual presidente disputar novas eleições e permanecer no poder até 2036, em caso de vitória nos dois próximos pleitos. Os poucos críticos do Kremilin acusam o mandatário de colocar em risco a saúde da população à frente de seus interesses políticos. Entre as medidas sugeridas pelo executivo também está a proibição da “distorção do passado da Rússia”, demonstrando que, além de comandar o país, Putin pretende controlar a narrativa histórica.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Em um longo ensaio, publicado na semana passada, o presidente russo apresentou sua versão particular da II Guerra Mundial. Ele acusou a polônia de ser conivente com Hitler e afirmou que o pacto de não agressão entre União Soviética e Alemanha, firmado em 1939, que permitiu o avanço de tropas nazistas sobre a Europa, foi inevitável depois que França e Grã Bretanha apaziguaram as relações com o ditador alemão.

    “Lembre-se de que o povo soviético carregava o principal fardo da luta contra o nazismo”, disse Putin, em seu discurso de quarta-feira. “Foi o nosso povo que derrotou o terrível mal total, destruiu mais de 600 divisões, destruiu 75% do número total de aeronaves, tanques, unidades de artilharia nazistas e seguiu seu caminho justo e infinitamente sacrificial até o fim, até a vitória. destino.”

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    De fato, sem a ação do exército vermelho, dificilmente Hitler seria derrotado. A União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Ao celebrar o Dia da Vitória em plena pandemia, Putin deixa claro que não vê problemas em pedir que o povo russo faça sacrifícios em nome de um projeto político. 

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.