Rússia se opõe à resolução da ONU sobre a Síria
Embaixador russo ressaltou que não há necessidade de um novo órgão independente determinar a responsabilidade por ataques químicos
O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, rejeitou uma proposta de resolução da ONU sobre a Síria proposta pelos Estados Unidos, Grã-Bretanha e França, chamando-a de “inoportuna” e “desnecessária”. O texto rejeitado por Nebenzia era referente à tentativa dos três aliados ocidentais de que um novo órgão avaliasse a culpa por ataques químicos e bloqueio de acessos humanitários na Síria.
O embaixador russo ressaltou que não há necessidade de um novo órgão independente determinar a responsabilidade por ataques químicos porque “eles atribuíram a culpa e já puniram os culpados”.
Nebenzia disse que enviados russos estavam presentes quando especialistas do Conselho de Segurança discutiram o esboço na segunda-feira “apenas para ouvir, mas nós dissemos que este esforço agora (de uma investigação independente) é inoportuno”.
A vice-embaixadora dos EUA na ONU, Kelley Currie, afirmou que a manobra russa faz parte da campanha de Moscou para “tentar distrair a comunidade internacional das atrocidades cometidas pelo regime de Bashar al-Assad”.
Armas
Nesta terça-feira, os especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) entraram na cidade de Duma, na Síria, para investigar o suposto ataque químico do dia 7 de abril, informou a agência oficial de notícias do país árabe, Sana.
“Os especialistas da Organização de Armas Químicas estão entrando na cidade de Duma”, situada em Ghuta Oriental, onde foi o reduto opositor nos arredores de Damasco, apontou a fonte em uma breve mensagem. A agência não deu mais detalhes a respeito.
A Rússia – aliada da Síria no conflito – já tinha anunciado na segunda-feira que a Opaq teria a “segurança” necessária para começar a investigação.
Era esperado que as unidades russas e sírias – ambas desdobradas na cidade – terminassem de limpar a estrada de Damasco a Duma das minas instaladas pelos rebeldes da facção Exército do Islã, que ocupavam anteriormente a cidade.
(Com Estadão Conteúdo)