A Rússia irá responder a um novo pacote de sanções impostas pelos Estados Unidos expandindo sua “lista negra” de cidadãos americanos, disse o vice-ministro de Relações Exteriores do país, Sergei Ryabkov, nesta sexta-feira, segundo a agência de notícias RIA.
O Departamento do Tesouro americano impôs sanções contra cinco entidades e dezenove cidadãos russos na quinta-feira, nos passos mais significativos tomados pelos Estados Unidos contra a Rússia desde que o presidente Donald Trump assumiu o poder.
“Desde o primeiro momento, nós usamos o princípio de paridade no número de pessoas incluídas em listas de sanções. Então, vamos expandir nossa ‘lista negra’ com outro grupo de americanos”, disse Ryabkov, segundo a agência.
Ele acrescentou que Moscou não descarta a possibilidade de aplicar medidas extras em resposta às novas sanções, impostas pelo suposto envolvimento russo nas eleições norte-americanas e em ciberataques, o que a Rússia nega.
Moscou ainda quer manter um diálogo com Washington, mas toma contra-medidas devido à “teimosia política norte-americana”, disse o diplomata de acordo com a agência.
“Esses políticos (americanos) estão brincando com fogo, destruindo o relacionamento russo-norte-americano; simultaneamente, eles abalam a estabilidade global”, disse.
Caso do ex-espião no Reino Unido
A Rússia também anunciou nesta sexta-feira a abertura de processos na Justiça do país pela tentativa de assassinato contra a cidadã russa Yulia Skripal, envenenada em 4 de março junto com seu pai, o ex-espião duplo Sergei Skripal, na cidade de Salisbury, no Reino Unido, e pelo “assassinato” do empresário russo Nikolai Glushkov.
“A investigação será realizada segundo as exigências da legislação russa e as normas do direito internacional e nela participarão especialistas altamente qualificados”, informou a porta-voz do Comitê de Instrução da Rússia, Svetlana Petrenko.
A porta-voz disse que “um processo criminal foi aberto pela tentativa de assassinato da cidadã russa Yulia Skripal, que foi cometido com um método perigoso para o público, na cidade de Salisbury”. Além disso, Petrenko acrescentou “que foi aberto outro processo criminal pelo assassinato do cidadão russo Nikolai Glushkov em Londres”.
Yulia Skripal e seu pai (um ex-agente dos serviços de inteligência militar russa que passou a colaborar com o serviço secreto do Reino Unido e tem nacionalidade britânica) foram encontrados inconscientes no último dia 4 na cidade de Salisbury, no sul da Inglaterra, e, desde então, estão hospitalizados em estado crítico.
Os investigadores britânicos garantem que eles foram envenenados com uma substância química de fabricação russa — o governo russo, que rejeita todas as acusações, exige que o Reino Unido lhe proporcione uma amostra desse material.
Poucos dias depois do caso envolvendo o ex-espião e sua filha, o empresário e ex-vice-diretor-geral da Aeroflot, a empresa aérea nacional russa, Nikolai Glushkov, foi encontrado morto em sua residência em Londres com sinais de estrangulamento.
Glushkov viva exilado no Reino Unido e era próximo do oligarca Boris Berezovski, um inimigo do Kremlin que foi encontrado enforcado em 2013 no Reino Unido.
Segundo a porta-voz do Comitê, a Rússia está disposta a cooperar nas investigações com as autoridades competentes do Reino Unido
(Com Reuters e EFE)