A chefe da delegação da Venezuela na cúpula Rio+20, Claudia Salerno, pediu uma investigação oficial à ONU e sanções para um ativista da ONG ambientalista Greenpeace, enquanto Bolívia e Equador expressaram reservas diante do documento final.
“É com muita tristeza que somos obrigados a anunciar que na madrugada de 19 de junho”, quando os delegados negociavam o acordo da Rio+20, um representante do Greenpeace, “na frente de vários delegados, agrediu verbalmente a vice-ministra de Relações Exteriores da Venezuela, insultou nosso país e a ameaçou dizendo que a destruiria”, informou Salerno, falando sobre si mesma.
O ativista “teve que ser segurado para evitar uma agressão física”, completou.
“Solicitamos formalmente a esta conferência e ao sistema de nações que a abriga as investigações pertinentes (…). Solicitamos que seja sancionado”, disse em referência ao ativista.
A acusação de Salerno “é absurda, ridícula”, disse à AFP Michael Townsley, responsável pela comunicação do Greenpeace.
Salerno denunciou durante a cúpula que o ativista havia questionado a Venezuela por sua rejeição à formulação de um acordo para garantir a proteção dos oceanos em alto-mar.
“O Greenpeace foi muito crítico da posição venezuelana em oceanos”, disse Townsley.
A Venezuela se opôs a um acordo de proteção de oceanos sob a Convenção do Mar “porque não somos parte dessa convenção”, havia explicado Salerno.
Os delegados de Bolívia e Equador, por sua vez, expressaram reservas ao texto final, apesar de o terem aprovado. Os dois rejeitaram as referências à racionalização dos subsídios à energia fóssil.
“A Bolívia rejeita a economia verde como um novo modelo” e também “se reserva em sua posição em qualquer referência que possa ser entendida como mercantilização da natureza”, informou o delegado.
O Equador por sua vez reiterou “sua visão de desenvolvimento no contexto do bem viver e direitos da natureza”.