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Quem são os cubanos que vibraram com Trump

Para eles, as posturas de Trump em relação a mexicanos ou mulheres não têm qualquer eco

Por Duda Teixeira, de Havana
Atualizado em 30 nov 2016, 18h11 - Publicado em 29 nov 2016, 18h26
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  • Uma fatia considerável da dissidência cubana comemorou a vitória de Donald Trump nas eleições americanas no dia 8 de novembro. Recentemente, o Foro pelos Direitos e Liberdades, que congrega doze organizações clandestinas de oposição, publicou um vídeo no Youtube em que afirma que a política de reaproximação de Barack Obama foi um fracasso: “Finalmente, você se vai”. Também pede que Trump seja consequente em suas políticas.

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    Quando Obama anunciou que os Estados Unidos fariam negócios com a ditadura, há dois anos, cerca de metade dos dissidentes o apoiou e a outra metade o repudiou. É essa segunda turma que festejou agora. “Obama fez muitas concessões mas não pediu nada em troca”, diz o fotógrafo Claudio Fuentes, que integra o Foro e participa do grupo Estado de Sats.

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    Para eles, as posturas de Trump em relação a mexicanos ou mulheres não têm qualquer eco. “Para a gente, tudo é uma questão de vida e morte. Temos vários amigos que foram caindo pouco a pouco, presos ou mortos”, diz Fuentes.

    O Foro também publicou um plano de rota para chegar a uma democracia de verdade. Nele, pedem a soltura dos presos políticos, liberdade de reunião, fim das “detenções preventivas” (quando opositores são presos apenas porque há suspeita), legalização dos partidos políticos, liberdade sindical, de imprensa e para fazer negócios sem o Estado.

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    Para seus membros, foi com alegria escutar Trump chamando as coisas pelo que elas são, algo que Obama, segundo eles, se recusava a fazer. O presidente eleito disse claramente que há uma ditadura na ilha, pediu que a oposição e que cubanos no exílio participem das negociações entre os dois governos e falou do movimento das Damas de Blanco, que pede a soltura dos presos políticos e integra o Foro.

    “A ditadura está mais fragilizada que nos anos 1990, quando o bloco soviético se desfez”, diz Antonio Rodiles, um dos coordenadores do Foro. “Agora, não há mais Fidel para dizer para onde devem ir e também não há como recorrer a outros países, como a Venezuela ou o Brasil. Além disso, Trump está sendo muito claro nas suas intenções”.

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    Um dos desafios do Partido Comunista, segundo ele, será explicar para a elite política que os bons negócios que vieram com a aproximação do Estados Unidos e a chegada de mais turistas poderão ser desfeitos. “Não é por acaso que, até agora, a imprensa oficial não tem mencionado a vitória de Trump”, diz Rodiles.

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