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Quem era Michel Nisembaum, refém brasileiro morto em Gaza

O corpo do homem de 59 anos, nascido em Niterói, no RJ, foi recuperado pelo Exército israelense mais de sete meses após ser sequestrado pelo Hamas

Por Da Redação
Atualizado em 24 Maio 2024, 12h40 - Publicado em 24 Maio 2024, 11h11

O corpo do brasileiro Michel Nisembaum, levado como refém pelo Hamas para a Faixa de Gaza em 7 de outubro, dia do ataque do grupo extremista a Israel, foi recuperado pelo Exército do país nesta sexta-feira, 24. Além dele, as forças israelenses encontraram os corpos de outros dois reféns durante operação em Jabalia, no norte do enclave.

Segundo o Exército de Israel, Michel Nisembaum foi morto no ataque de 7 de outubro. Ele tinha 59 anos, nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, e morava em Israel há mais de 40 anos. Os outros dois corpos recuperados são de Hanan Yablonka e Orion Hernandez Radoux. As famílias das três vítimas foram informadas após identificação realizada por médicos forenses.

Israel afirma que cerca de 100 reféns ainda estão cativos em Gaza, juntamente com os corpos de cerca de 30 pessoas que foram assassinadas. O país estima que cerca de 1.200 pessoas foram mortas pelo grupo extremista e cerca de 250 foram sequestradas.

Quem era Michel

O brasileiro Michel Nisenbaum, 59 anos, estava desaparecido desde os atentados de 7 de outubro cometidos pelo Hamas. Sua família não havia obtido nenhuma notícia sobre sua situação desde então.

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Em entrevista a VEJA, Mary Shohat, a irmã de Michel, afirmou que, naquele dia, pouco antes das 7h da manhã, Michel saiu de casa para buscar sua netinha. Ele deveria dirigir de Sderot, onde mora, para Ashkelon, a 70 quilômetros de distância.

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“Às 7h13, quando já estava claro que havia uma invasão terrorista, a filha de Michel ligou para ele, mas ninguém atendeu. Dez minutos depois, retornaram do telefone do Michel para ela, gritando em árabe”, afirmou ela a VEJA. “A única coisa que dava para entender era a palavra Hamas. Desde então, não tivemos mais nenhuma notícia”, completou.

Mary contou que conversou pela última vez com Michel no dia 5 de outubro, portanto, 48 horas antes dos atentados.

+ Israel e Hamas prolongam novamente cessar-fogo temporário

Em dezembro passado, a família foi procurada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), porque o carro de Michel foi encontrado, em paradeiro não informado pelo governo. Segundo Mary relatou a VEJA, o veículo estava incendiado, mas foi possível reconhecê-lo pelo número do chassi.

Michel e Mary imigraram com os pais para Israel há 45 anos. Ele trabalhava como técnico de computador e, mais recentemente, havia iniciado a carreira de guia turístico numa fazenda especializada no cultivo de verduras que fica nas proximidades de Gaza.

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Périplo da família

Mary e sua sobrinha, Hen Mahluf, uma das filhas de Michel, realizaram viagens pela América Latina — Brasil, Uruguai e Argentina — para reforçar a causa pela libertação dos reféns do Hamas. Em visita a Brasília no final do ano passado, encontraram-se  com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e visitaram o Senado Federal. Antes disso, Mary e o petista tiveram uma conversa por Zoom, mas a família ficou sem contato com a diplomacia brasileira por muito tempo.

Segundo ela, na conversa com Lula em Brasília, ela explicou que Michel tinha Crohn, uma doença crônica. “Não temos como saber se ele tem acesso a medicamentos. Isso pode levá-lo à morte”, afirmou a VEJA na época.

“Lula havia prometido que faria esforços para trazer de volta todos os brasileiros. Ele nos perguntou: ‘O que acham que eu posso fazer para isso acontecer?’. E nós respondemos que ele precisa fazer pressão para que a Cruz Vermelha possa entrar nas áreas onde os refugiados estão detidos. Qualquer tipo de ajuda médica humanitária. Porque não sabemos nada deles. E isso não tem acontecido. A Cruz Vermelha não ajuda porque o Hamas não deixa”, relatou Mary, ressaltando que isso foi um desrespeito ao acordo de trégua, que previa a assistência.

Mary também afirmou na época que cobrou Lula para intervir mais uma vez no Catar.

“Queremos que o presidente fale novamente com o emir, para pedir ajuda. Queremos que ele fale com todas as pessoas que ele acha que podem intervir nesse assunto, para resgatar o Michel e também todos os outros sequestrados”, declarou ela a VEJA.

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