Prefeito de Boston: ‘Talvez nunca possamos interrogar o suspeito’
Dzhokhar Tsarnaev segue em estado grave no hospital; autoridades americanas questionam a motivação dos irmãos e se existem outras bombas armadas
Por Da Redação
21 abr 2013, 21h03
O prefeito da cidade de Boston, Tom Menino, exaltou, em entrevista ao programa This Week, do canal ABC, neste domingo, a ação policial que capturou o segundo suspeito do atentado na maratona em Boston, Dzhokhar Tsarnaev, mas revelou que talvez nunca seja possível interrogá-lo. “Toda a informação que temos é que os dois irmãos agiram sozinhos. O mais velho está morto. E o segundo suspeito está em estado grave no hospital Beth Israel. E não sabemos se um dia será possível interrogar este individuo”, disse Menino.
Dzhokhar levou um tiro no pescoço durante perseguição policial na última sexta-feira e foi levado ao hospital, onde pode ser acusado formalmente ainda neste domingo, segundo informações de um oficial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos para o canal americano CNN. Segundo Menino, o ferimento na região da garganta dificulta a capacidade de falar do jovem. “Ainda não sabemos quando ele poderá voltar a falar. E será que ele vai falar? Ele já sabe que a policia matou seu irmão mais velho”, questionou o prefeito.
Durante a entrevista para a ABC, Menino também falou sobre as consequências de atos terroristas e do medo colocado à população americana. Mesmo assim, descartou a possibilidade de cancelar a maratona, que acontece anualmente na cidade. “Não vamos parar de fazer a maratona, não vamos parar de celebrar o dia da independência do país. Pois somos uma cidade muito mais forte que estes terroristas.”
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Outros detalhes da investigação revelados pelo prefeito durante a entrevista indicam que o irmão mais velho, Tamerlan Tsarnaev, realmente era o líder da dupla, e que o mais novo teria sofrido uma espécie de “lavagem cerebral”. “Existe uma séria preocupação sobre a quantidade de munição, armas e bombas que estes homens tinham. Eles eram muito disciplinados”, disse Menino.
Interrogatório – Apesar de todas as incertezas, o FBI (polícia federal americana) e a CIA esperam que Dzhokhar Tsarnaev apresente melhora em seu quadro clínico para interrogá-lo, provavelmente sem o direito de permanecer em silêncio. Isso porque, no momento em que Tsarnaev foi detido na última sexta-feira, as autoridades não leram seus direitos básicos, conhecidos como “Miranda Rights”, o que dá aos agentes a possibilidade de lhe submeter a um interrogatório mais profundo, no qual o jovem de 19 anos e de origem chechena não poderia se calar. No entanto, o estado de saúde do suspeito tem atrasado os avanços da investigação.
O agente do FBI Brad Garrett, também entrevistado durante o programa This Week, contou sobre como deverá ser, quando for possível, o interrogatório de Dzhokhar. “Existem dois pontos principais a serem descobertos. O primeiro é: existem outras bombas ou componentes do tipo programados para explodir? Ou: Alguém tem acesso a elas? A segunda parte é saber se eles fazem parte de algum grupo”, contou Garrett.
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Inimigo combatente – O fato de Dzhokhar não ter ouvido seus direitos básicos abriu um debate legal sobre a conveniência ou não de fazer uso desta exceção que a justiça americana adota em casos de segurança pública. Outra discussão é saber se ele deve ser enquadrado como um “combatente inimigo”.
O senador republicano Lindsey Graham sustentou neste domingo, como vem fazendo desde a detenção do jovem, que ainda é cedo demais para descartar a possibilidade de Tsarnaev ser tratado como “combatente inimigo”, já que esta designação permitiria que os agentes federais realizassem o interrogatório mais aprofundado.
“Há amplas evidências que sugerem que este homem era um islâmico radical e que ele e seu irmão tinham vínculos com organizações no exterior”, disse Graham à emissora CNN. “É preciso reservar esse direito para tratá-lo como um combatente inimigo e continuarmos reunindo provas”, disse o senador.
Motivação – Outra pergunta que segue sem resposta se refere aos motivos que os dois irmãos teriam para colocar os explosivos na Maratona de Boston, que deixaram três mortes e deixaram feridas mais de 170 pessoas. Algumas linhas de investigação apontam para a possível conexão do irmão mais velho, Tamerlan, com grupos radicais islâmicos, uma teoria que alguns congressistas defendem veementemente.
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O presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmara dos Representantes dos EUA, o republicano Michael McCaul, assegurou neste domingo que o irmão mais velho “provavelmente” foi treinado por terroristas islâmicos durante uma viagem à Rússia em 2012. Todas as perguntas, contudo, seguirão sem resposta até que Dzhokhar Tsarnaev se recupere – se isso acontecer, é preciso esperar ainda que ele “queira” responder a tudo.
(Com agência EFE)
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