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Perto de limite, mundo bate recordes de temperatura terrestre e marítima

Extensão e frequência de eventos climáticos extremos também estão aumentando, segundo especialistas

Por Da Redação 3 jul 2023, 13h06

As temperaturas médias do ar na superfície global ultrapassaram o limite de 1,5°C pela primeira vez durante o verão do hemisfério norte, que começou em 1º de junho. De acordo com o Copernicus Climate Change Service (C3S), financiado pela União Europeia, os índices foram registrados enquanto enviados internacionais se reuniam em Bonn no início do mês passado para se preparar para as negociações climáticas anuais deste ano, em novembro.

Neste ano, as temperaturas do mar também quebraram os recordes de abril e maio e especialistas em clima afirmam que a meta de manter o aquecimento global de longo prazo dentro de 1,5°C está ficando fora de alcance. O aquecimento é intensificado pela chegada do fenômeno meteorológico El Niño.

“Ficamos sem tempo porque a mudança leva tempo”, disse Sarah Perkins-Kirkpatrick, climatologista da Universidade de New South Wales, na Austrália, à agência de notícias Reuters.

As temperaturas médias globais da superfície do mar atingiram 21°C no final de março e permaneceram em níveis recordes para a época do ano durante abril e maio. A agência meteorológica da Austrália alertou que as temperaturas do oceano Pacífico e Índico podem ser 3°C mais altas do que o normal em outubro.

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Segundo Piers Forster, professor de física climática da Universidade de Leeds, o aquecimento global é o principal fator, mas o El Niño, o declínio da poeira do Saara soprando sobre o oceano e o uso de combustíveis com baixo teor de enxofre também são culpados.

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“Então, ao todo, os oceanos estão sendo atingidos por um golpe quádruplo”, disse Forste à Reuters. “É um sinal do que está por vir.”

O aquecimento dos oceanos preocupa os especialistas porque mares mais quentes também podem significar menos vento e chuva, criando um círculo vicioso que leva a ainda mais calor. Como exemplo, milhares de peixes mortos foram levados às praias do Texas e a proliferação de algas induzida pelo calor também foi responsabilizada pela morte de leões-marinhos e golfinhos na Califórnia.

Além disso, apesar do fenômeno atual ser causado por uma “combinação perfeita” de circunstâncias, o impacto ecológico pode perdurar por mais tempo.

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Especialistas em clima dizem que a extensão e a frequência de eventos climáticos extremos também estão aumentando, e este ano houve secas punitivas em todo o mundo, bem como um ciclone raro e mortal na África. Na China, as temperaturas estão quebrando recordes para junho e ondas de calor extremas atingiram os Estados Unidos.

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Partes da América do Norte estiveram cerca de 10°C acima da média sazonal neste mês. Somado a isso, a fumaça dos incêndios florestais no Canadá cobriram e a costa leste do país e do vizinho americano com uma névoa perigosa, com emissões de carbono estimadas em um recorde de 160 milhões de toneladas métricas.

Na Índia, uma das regiões mais vulneráveis, foi relatado que as mortes aumentaram como resultado de altas temperaturas constantes. Calor extremo também foi registrado em Espanha, Irã e Vietnã, aumentando os temores de que o verão mortal do ano passado possa se tornar rotina.

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Em 2015, países concordaram em tentar manter os aumentos médios de temperatura de longo prazo dentro de 1,5°C. Porém, a Organização Meteorológica Mundial agora prevê que há 66% de probabilidade de que a média anual ultrapasse o limite de 1,5°C por pelo menos um ano inteiro entre agora e 2027.

O Fundo Mundial para a Natureza alertou sobre uma “preocupante falta de impulso” durante as negociações climáticas em Bonn. O órgão argumenta que houve pouco progresso feito em questões-chave como combustíveis fósseis e finanças antes das negociações climáticas da COP28 em Dubai.

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