A Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou para o dia 5 de setembro uma sessão extraordinária de seu conselho permanente para tratar da crise migratória gerada pela situação da Venezuela. A reunião havia sido solicitada pelo secretário-geral da OEA, Luis Almagro.
Em gravíssima crise econômica e escassez de bens e serviços básicos, a Venezuela assistiu nos últimos meses a um êxodo maciço de sua população. De acordo com as Nações Unidas, dos 2,3 milhões de venezuelanos que vivem no exterior – 7,5% da população total -, mais de 1,6 milhão fugiu do país desde 2015.
A maioria dos venezuelanos emigrou para os países vizinhos da América do Sul. A Colômbia abriga mais de 1 milhão, e o Equador recebeu cerca de 340.000. O Peru tornou-se destino de 414 mil venezuelanos. O Brasil acolheu cerca de 60.000. Peru e Equador declararam situação de emergência e impuseram medidas para restringir o ingresso.
Em Roraima, há pressões do governo e da população local para o fechamento da fronteira. O governo federal anunciou ontem a mobilização do Exército no estado para garantir a preservação da ordem.
Almagro pediu a convocação do Conselho Permanente da OEA em 20 de agosto, alegando ser a situação “desesperadora” e sujeita a piora. A entidade engloba 34 países do hemisfério ocidental.
“Infelizmente, pelas condições do governo ditatorial que sofre a Venezuela e sua completa dissociação dos problemas de sua população, o mesmo está mostrando a sua incapacidade absoluta de assegurar a satisfação das necessidades básicas da maior parte de sua população”, disse Almagro em sua solicitação.
O governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro declarou nesta quarta-feira ter recebido milhares de solicitações de venezuelanos que desejam ser repatriados. Seu país, porém, perdeu mais de 40% do seu Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos quatro anos e tem sua inflação estimada em 1.000.000% neste ano pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Diante da iniciativa da OEA, o Equador adiantou para os dias 3 e 4 de setembro uma reunião sobre a migração venezuelana, para a qual estão convidados 13 governos da região.
(Com AFP e EFE)