Netanyahu rejeita apelo de Biden para cessar bombardeios
Presidente dos EUA disse a primeiro-ministro israelense que espera desaceleração significativa dos ataques
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rejeitou a interrupção dos bombardeios à Faixa de Gaza na noite desta quarta-feira 19. Segundo Netanyahu, as operações aéreas contra o Hamas só serão interrompidas quando Israel alcançar seus objetivos militares.
“Agradeço especialmente o apoio do presidente dos EUA, Joe Biden, pelo direito de legítima defesa do Estado de Israel”, tuitou Netanyahu. “Estou determinado a continuar esta operação até que seu objetivo seja alcançado, para restaurar a paz e a segurança para vocês, os cidadãos de Israel.”
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em telefonema ao líder israelense que “esperava uma desaceleração significativa hoje no caminho para um cessar-fogo”.
Uma fonte de segurança egípcia disse à Reuters que os dois lados concordaram em princípio com um cessar-fogo após a ajuda de mediadores, embora os detalhes ainda estivessem sendo negociados em segredo.
Os jatos israelenses continuaram os ataques aéreos em Gaza durante a noite. As Forças de Defesa de Israel disseram mais tarde que 52 aviões de guerra lançaram cerca de 120 munições contra aproximadamente 40 alvos subterrâneos do Hamas em Rafah, perto da fronteira egípcia, e Khan Younis, a segunda maior cidade do enclave palestino, em um ataque que durou 25 minutos.
No dia anterior, o número de mortos em Gaza aumentou para 228, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, incluindo 64 crianças e 38 mulheres.
Em resposta ao apelo de Biden para diminuir a escalada, o porta-voz do Hamas, Hazem Qassam, disse que aqueles que buscam restaurar a calma devem “obrigar Israel a encerrar sua agressão em Jerusalém e o bombardeio de Gaza”, e então pode haver “espaço para falar” de restaurar a calma .
O líder da Jihad Islâmica, outro grupo militante de Gaza, disse que as negociações políticas “continuam paralisadas”.
“O único caminho para a liberdade é proteger Jerusalém e as pessoas”, disse o chefe da Jihad Islâmica, Ziad Al-Nakhala.
Em um discurso televisionado nesta quarta-feira, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, acusou Israel de cometer “terrorismo de estado organizado e crimes de guerra” em Gaza, que são puníveis pelo direito internacional.
A França distribuiu um projeto de resolução de cessar-fogo aos membros do Conselho de Segurança da ONU na terça-feira, relatou Axios.
O rascunho é baseado em declarações públicas recentes do próprio governo Biden, tornando mais difícil para os Estados Unidos vetar a resolução.
Os EUA bloquearam três rascunhos de declarações anteriores sobre Gaza no conselho, dizendo que uma declaração atrapalharia a diplomacia de bastidores.
“O conflito deve parar”, disse o presidente francês Emmanuel Macron em um comunicado após falar com os líderes do Egito e da Jordânia, que ele disse estar de acordo. “Chegou a hora de um cessar-fogo.”
Essa posição levou o embaixador palestino nas Nações Unidas na terça-feira a desafiar o governo Biden a mostrar resultados.
“Se o governo Biden pode exercer toda a pressão para pôr fim à agressão contra nosso povo, ninguém vai ficar em seu caminho”, disse Riyad Mansour, de acordo com a Associated Press.
Havia sinais da crescente pressão sobre Biden durante sua visita a Dearborn, onde mais de 1.000 pessoas se reuniram a alguns quilômetros da fábrica de automóveis e vaiaram ao ouvir menções ao nome do presidente.
Ele foi recebido na chegada pela representante dos EUA Rashida, a primeira mulher palestina americana a servir no Congresso.
Ela pressionou publicamente o presidente a apoiar uma Resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo um cessar-fogo. Tlaib, cuja avó mora na Cisjordânia, pode ser vista em uma animada conversa com Biden. “Prometo que farei de tudo para ver o cessar-fogo”, disse Biden.