Biden expressa apoio a cessar-fogo entre Israel e Palestina
Apesar de declaração, presidente americano não citou demandas imediatas pelo fim da ofensiva a Gaza
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou apoio nesta segunda-feira, 17, a um cessar-fogo entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, durante telefonema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
No telefonema, segundo autoridades da Casa Branca, o presidente “expressou seu apoio a um cessar-fogo e discutiu participação dos EUA com o Egito e outros parceiros com este objetivo”. Ele já havia conversado no último sábado com Netanyahu e separadamente com o chefe da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, para tentar acalmar a situação.
Apesar da declaração de apoio a um cessar-fogo nesta segunda-feira, a fala não citou demandas imediatas pelo fim da ofensiva a Gaza. A Casa Branca também afirmou que, durante a ligação, Biden “reiterou seu firme apoio ao direito de Israel de se defender contra ataques indiscriminados com foguetes”.
Até o momento, Israel rejeitou esforços do Egito e Catar para mediar um cessar-fogo e o Hamas continua usando foguetes contra Israel. Em represália, Israel invadiu Gaza por terra pela primeira vez desde 2014.
Autoridades de Gaza afirmam que já são 212 mortos, incluindo 61 crianças e 36 mulheres. Dez pessoas morreram em Israel, segundo o governo local.
Qualquer mediação, no entanto, é complexa devido ao fato de a maior parte das potências ocidentais não dialogarem com o Hamas, considerado por elas um grupo terrorista.
No Conselho de Segurança das Nações Unidas, tópicos que envolvem Israel e Palestina não têm consenso, sobretudo entre os EUA e os outro quatro membros permanentes do Conselho — China, Rússia, Reino Unido e França. Na última semana, os americanos, aliados históricos de Israel, bloquearam uma declaração conjunta da entidade.
Segundo membros do governo americano, o presidente Joe Biden deseja manter um diálogo bilateral com Israel e com o Egito e o Catar, países árabes que são próximos ao Hamas.
Desde o início do mês do Ramadã, que terminou na última quarta, moradores árabes protestam contra a ameaça de expulsão de quatro famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, ocupada por Israel em 1967. Muitos temem que o despejo, classificado pela Organização das Nações Unidas como possível “crime de guerra”, abra precedentes para expulsões em larga escala.
O conflito atual foi desencadeado por confrontos ligados à situação de Sheikh Jarrah entre manifestantes palestinos e policiais israelenses na mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, no fim de semana.
Em retaliação, o grupo Hamas disparou ao menos sete mísseis contra áreas do território israelense de Jerusalém na tarde de segunda-feira, 10, ato que terminou sem nenhum ferido. Israel revidou com foguetes e as agressões não pararam desde então.
A população da Faixa de Gaza é a mais atingida em conflitos como esse, principalmente porque vive em situação de grande fragilidade. Apesar da região ser controlada pelo Hamas, há muitas famílias e civis que vivem ali. A força militar de Israel também é muito superior a do grupo palestino.