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‘Não estamos com medo da China’, diz chanceler de Taiwan

Joseph Wu disse que, embora as ameaças estejam "mais perigosas do que nunca", a ilha está preparada para defender sua liberdade e democracia

Por Matheus Deccache 8 ago 2022, 16h10

O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, disse nesta segunda-feira, 8, que a ameaça da China é “mais perigosa do que nunca”, mas que a ilha está pronta para proteger sua liberdade e democracia.

A fala de Wu, em entrevista à rede CNN, acontece no mesmo momento em que Pequim retomou os exercícios militares na região após cortar negociações com os Estados Unidos devido à visita da líder da Câmara, Nancy Pelosi, à ilha.

“A China ameaça Taiwan há anos e está ficando mais sério ultimamente. Quer Pelosi nos visite ou não, a ameaça militar chinesa contra nós sempre existiu e é com esse fato que precisamos lidar”, disse o chanceler. 

+ Taiwan: China retoma exercícios militares após cortar negociações com EUA

Ainda de acordo com ele, o fato do governo receber aliados estrangeiros foi uma parte fundamental da estratégia para combater as tentativas da China de isolar a ilha da comunidade internacional, independentemente do potencial poder de reação chinês. Wu, que ocupa o cargo desde 2018, acrescentou ainda que ninguém deve ditar quem Taiwan deve ou não receber. 

A viagem de Pelosi à ilha, a primeira de um presidente da Câmara dos Estados Unidos em exercício em 25 anos, foi veemente criticada pelo Partido Comunista Chinês, que enxerga a região como parte de seu território. Após a visita, Pequim aumentou a pressão sobre Taiwan por meio da aplicação de penalidades econômicas e realizando uma série de treinamento ao redor da ilha com armamento real pela primeira vez. 

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Programados para terminar no último domingo, os exercícios continuaram nesta segunda, de acordo com anúncio feito pelas Forças Armadas chinesas. No entanto, o clima em Taiwan continuou calmo no início desta semana, com restaurantes e transportes públicos lotados como de costume. 

Na coletiva de imprensa de segunda-feira, o porta-voz do ministério disse que nenhuma embarcação do exército chinês entrou nas águas territoriais de Taiwan, estendendo-se a 12 milhas náuticas de seu litoral, durante os exercícios. Segundo ele, militares também identificaram vários ataques cibernéticos, supostamente vindos da China, além de 272 tentativas de espalhar desinformação.

Em meio às respostas furiosas, a China também cancelou negociações formais com os Estados Unidos para coordenação de políticas de defesa e consultas marítimas militares na sexta-feira, quando Pelosi deixou a Ásia após uma turnê de alguns dias.

+ Visita de Nancy Pelosi eleva tensão em Taiwan e põe mundo em alerta

O porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Qian, defendeu a decisão de suspender os canais de negociações militares.

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“A atual situação tensa no estreito de Taiwan é inteiramente provocada e criada pelo lado dos Estados Unidos por sua própria iniciativa, e o lado dos Estados Unidos deve assumir total responsabilidade e sérias consequências por isso. Comunicação requer sinceridade”, disse Wu.

Funcionários do Pentágono, do Departamento de Estado e da Casa Branca condenaram a medida, descrevendo-a como uma reação exagerada e irresponsável.

O corte da China de alguns de seus poucos elos de comunicação com os militares dos Estados Unidos aumenta o risco de uma escalada nas tensões sobre Taiwan em um momento crítico. Segundo o jornal The Guardian, uma autoridade americana afirmou que os chineses não responderam a telefonemas de funcionários do alto escalão do Pentágono em meio às tensões na semana passada.

Questionado diretamente sobre esses relatos, Wu disse que “as contramedidas relevantes da China são um aviso necessário às provocações dos Estados Unidos e de Taiwan e uma legítima defesa da soberania e segurança nacionais”. 

+ China interrompe cooperação com EUA após visita de Nancy Pelosi a Taiwan

“Eu me preocupo que a China possa realmente lançar uma guerra contra Taiwan. Mas o que ela está fazendo agora é tentar nos assustar e a melhor maneira de lidar com isso é mostrar a eles que não estamos com medo”, disse Wu, completando que é mais importante do que nunca continuar construindo relações com parceiros internacionais. 

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