Na ONU, Petro pede união dos países latinos para combate às drogas
Presidente colombiano criticou estratégias atuais e pediu forças conjuntas para derrotar 'o que atormenta nosso corpo'
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu aos países latino-americanos que unam forças para acabar com a guerra às drogas durante discurso na 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, nesta terça-feira, 20.
O primeiro presidente de esquerda do país há anos critica os moldes atuais da guerra global contra as drogas e se refere a ela como um fracasso, inclusive utilizando seu discurso de posse para pedir uma nova estratégia internacional para combater o narcotráfico.
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“Da minha América Latina ferida, exijo que acabem com a guerra irracional contra as drogas”, disse Petro, pedindo que os países latino-americanos se juntem para derrotar “o que atormenta nosso corpo”.
Segundo relatório da comissão da verdade do país, o narcotráfico e a guerra às drogas são os principais contribuintes para o conflito armado na Colômbia. A comissão, inclusive, foi estabelecida como parte de um acordo de paz firmado em 2016 com os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC.
O país, considerado o maior produtor mundial de cocaína, sofre pressão frequente dos Estados Unidos para que a produção seja reduzida. Em julho, o Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas da Casa Branca informou que a quantidade potencial de cocaína produzida em território colombiano caiu de 994 para 972 toneladas em 2021.
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Além disso, a área da Colômbia ocupada por plantações de coca, principal ingrediente da cocaína, também diminuiu no ano passado de 245.000 hectares para 234.000 hectares.
Por fim, Petro prometeu aliviar a dependência de seu país das exportações de hidrocarbonetos e também criticou o vício global em petróleo e carvão, acrescentando que os esforços para impedir o aquecimento global não estão funcionando.
“A luta contra a crise climática falhou”, disse ele.