Após quase oito semanas de guerra na Ucrânia, mais de 5 milhões de pessoas fugiram do país, informou o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) nesta quarta-feira, 20. O número já ultrapassa em 1 milhão piores previsões do órgão.
Quando o volume de refugiados atingiu 4 milhões, em 30 de março, já marcou a maior crise de refugiados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
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Antes da guerra, a Ucrânia tinha 44 milhões de habitantes. Segundo o ACNUR, o conflito também deslocou mais de 7 milhões de pessoas dentro do próprio país. Acredita-se que 13 milhões de pessoas estejam presas nas áreas afetadas pela guerra na Ucrânia.
A maioria dos ucranianos – cerca de 2,8 milhões de pessoas – foram para a Polônia. Lá, eles têm direito a documentos de identificação nacional que permitem a obtenção de trabalho, assistência médica gratuita, acesso a escolas para crianças e auxílio monetário para famílias com filhos pequenos. Mais da metade dos refugiados da Ucrânia são crianças, segundo o ACNUR.
Mesmo assim, cerca de 738.000 pessoas voltaram da Polônia para a Ucrânia durante a guerra. Alguns vão e voltam para abastecer-se de suprimentos na Polônia, enquanto outros retornam à Ucrânia para encontrar-se com parentes e visitar suas casas. Dependendo do que encontram no retorno, optam por sair do país novamente.
A Hungria, conhecida por rejeitar veementemente refugiados de países africanos, também emergiu como um importante reduto para ucranianos. Dos mais de 465.000 que chegaram no país, cerca de 16.400 solicitaram status de proteção – o que significa que pretendem ficar por lá. Muitos são membros da minoria étnica húngara na Ucrânia.
O governo da Hungria diz que direcionou cerca de US$ 8,7 milhões para uma série de organizações sem fins lucrativos e está dando subsídios a empresas que empregam refugiados ucranianos. Em março, a ONG Migration Aid alugou um prédio inteiro em Budapeste para receber as pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia, ajudando cerca de 4.000 refugiados até agora.
A vizinha Romênia recebeu mais de 750.000 ucranianos. A Moldávia abriga quase 427.000 pessoas e a Eslováquia, quase 350.000. Muitos dos países europeus que acolheram refugiados dizem que precisarão de ajuda internacional para continuar com as políticas, especialmente agora que a Rússia intensificou os ataques na região leste de Donbas, na Ucrânia.