Paul Cantlie, pai do fotojornalista John Cantlie, sequestrado pelos terroristas do Estado Islâmico (EI), divulgou nesta sexta-feira um apelo em vídeo pedindo a libertação do filho. O vídeo chama a atenção não apenas por envolver uma família desesperada ao saber que a vida de John está ameaçada, mas por ter sido gravado em um hospital. Paul foi submetido a uma cirurgia na garganta e fala com dificuldade, mas sua mensagem é clara: “Aos que estão com John: por favor, saibam que ele é um bom homem, ele tentou apenas ajudar o povo sírio e eu peço a vocês, por tudo o que é sagrado, nos ajude a fazê-lo voltar em segurança para aqueles que ama e que o amam”.
John Cantlie, de 43 anos de idade, é jornalista freelance e foi levado quando fazia reportagens no norte da Síria, em novembro de 2012. Ele já apareceu em três vídeos divulgados pelo grupo terrorista. Como uma espécie de porta-voz, ele repete o discurso terrorista condenando as potências que estão lançando ataques contra o EI, apresentando-se como “o cidadão britânico abandonado por seu governo”. Os jihadistas já divulgaram vídeos com a decapitação de três estrangeiros, os americanos James Foley e Steven Sotloff, e o britânico David Haines.
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“Pela primeira vez em quase dois anos nós vimos John quando ele fez aquele comunicado televisionado, no qual ele disse que ainda era prisioneiro do EI e não sabia se ia viver ou morrer”, afirmou Paul. “Nós ficamos aliviados ao vê-lo, ouvi-lo e saber que ele estava vivo. Mas essa sensação foi seguida de um sentimento de desespero e desamparo”. A fala do pai de John é a primeira manifestação pública da família desde que o fotojornalista foi sequestrado.
“Minha família e eu estamos tentando nos comunicar com o Estado Islâmico para enviar uma importante mensagem endereçada a John. Esperamos que ela tenha sido recebida, já que não tivemos nenhuma resposta”, continua o pai do refém, acrescentando que tem “muito orgulho” do filho.
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Acredita-se que John tenha sido sequestrado junto do americano James Foley, ao deixar um café numa cidade próxima à fronteira com a Turquia. Ambos foram vendidos para o EI por seus sequestradores. Além de John, o motorista de táxi britânico Alan Henning, de 47 anos, também está sob o poder dos radicais. Sua família também já divulgou pedidos de clemência, assim como havia feito a mãe de Sotloff. Em vão. “Essa não é a forma como eu imaginei que passaria meu 81º ano”, lamenta Paul no vídeo.