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‘Democracia está em risco’: Biden pede fim da violência política nos EUA

Antes das eleições do dia 11, marcadas por semanas de violência contra candidato e eleitores, presidente dos EUA pede ajuda para 'preservar democracia'

Por Da Redação
3 nov 2022, 09h44

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou um discurso no horário nobre de quarta-feira 2 para pedir ajuda da população do país na preservação da democracia, dizendo que a nação pode enfrentar violência política à medida que se aproximam as eleições de meio de mandato da semana que vem.

Para Biden, a “grande mentira” de seu antecessor, Donald Trump, sobre supostas fraudes na eleição de 2020 se tornou “um artigo de fé” na ala extremista do Partido Republicano. A candidata ao governo do Arizona Kari Lake disse recentemente, por exemplo, que não perderia para seu oponente, gerando temores de que ela não esteja disposta a admitir uma derrota.

O discurso foi feito em Washington, de um prédio com vista para o Capitólio, que foi invadido em 6 de janeiro do ano passado por uma multidão de apoiadores de Trump.

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As falas do presidente americano, no entanto, foram classificadas pelos republicanos como um ataque a seus eleitores, enquanto a emissora conservadora Fox News disse que “Biden ignora crime e inflação para falar sobre ‘ameaça à democracia'”.

O senador republicano Tom Cotton tuitou: “Para Biden, ‘democracia’ significa uma coisa: democratas com poder total”. Já a presidente do Comitê Nacional Republicano, Ronna McDaniel, disse: “Desesperado e desonesto. Joe Biden prometeu unidade, mas em vez disso demonizou e difamou os americanos, enquanto tornava a vida mais cara para todos.”

Pelo menos 27 milhões de pessoas já enviaram votos antecipados para o pleito, o que significa que o efeito do discurso é incerto. Uma pesquisa da rede CBS News, no final do mês passado, descobriu que 63% dos ​​eleitores democratas dizem que a democracia é uma preocupação maior do que a economia, mas 70% dos eleitores republicanos dizem o contrário.

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Biden reconheceu que há muito em jogo nas eleições de meio de mandato, a apenas seis dias, mas insistiu: “Não se engane, a democracia está nas urnas para todos nós”. Ele citou o ataque da semana passada a Paul Pelosi, marido da presidente da Câmara Nancy Pelosi, em sua casa em São Francisco, observando que o agressor queria, na verdade, sequestrar Nancy para “enviar uma mensagem”.

As falsas alegações de Trump sobre uma eleição roubada “alimentaram o perigoso aumento da violência política e da intimidação de eleitores nos últimos dois anos”, disse Biden.

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“Estamos enfrentando um momento decisivo. Devemos, com uma voz esmagadora e unificada, falar, como país, e dizer que não há lugar para intimidação de eleitores ou violência política nos Estados Unidos”.

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As eleições de meio de mandato determinarão qual partido detém o controle do Congresso e marcarão o primeiro teste nacional da democracia americana desde que Trump perdeu a Casa Branca e seus apoiadores cercaram o Capitólio. “Gostaria de poder dizer que o ataque à nossa democracia terminou naquele dia”, observou Biden. “Mas eu não posso.”

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O presidente alertou que estima-se que mais de 300 candidatos que reproduzem a narrativa de fraude e ameaçam não aceitar resultados estejam nas urnas neste ano.

“Esse é o caminho para o caos na América. É inédito. É ilegal. E não é americano. Como eu disse antes, você não pode amar seu país apenas quando ganha”, disse, pedindo para eleitores rejeitarem candidatos que negaram os resultados da votação de 2020.

“Este não é um ano comum, então peço que pensem muito sobre o momento em que estamos. Em um ano típico, não somos frequentemente confrontados com a questão de saber se o voto que damos preservará a democracia ou a colocará em risco. Mas, neste ano, estamos”.

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Biden procurou evitar possíveis teorias da conspiração e distúrbios na noite das eleições, apontando que leva tempo para contar todas as cédulas físicas, então os eleitores precisam ser pacientes. Em 2020, Trump alegou falsamente que os votos por correio tabulados após o dia da eleição eram ilegítimos, e o atual presidente usou o discurso para, novamente, identificar Trump como arquiteto do caos.

“[Trump] abusou de seu poder e colocou a lealdade a si mesmo acima da lealdade à constituição”, declarou.

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Muitos americanos permanecem pessimistas sobre o estado da democracia. Uma pesquisa de outubro da Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research descobriu que apenas 9% da população acha que a democracia está funcionando “extremamente” ou “muito bem”, enquanto 52% dizem que não está funcionando bem.

Biden fez da luta global entre democracia e autocracia um tema definidor de sua presidência. Ele afirmou que os americanos não podem mais considerar a democracia como garantida. “Em nossos ossos, sabemos que a democracia está em risco, mas também sabemos disso: está em nosso poder preservar nossa democracia.”

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