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Como funcionam os drones ‘kamikaze’ usados pela Rússia para atacar Kiev

Enxurrada de ataques de dispositivos aéreos reflete tanto a força quanto a fraqueza das Forças Armadas da Rússia

Por Da Redação 17 out 2022, 16h51

O mais recente ataque de drones “kamikaze” lançados pela Rússia contra Kiev nesta segunda-feira, 17, matou pelo menos quatro pessoas e deixou 19 feridas. O crescente uso dos dispositivos remotos por Moscou na guerra aponta limitações da defesa aérea da Ucrânia e reflete tanto a força quanto a fraqueza do arsenal do Kremlin.

O Ministério da Defesa da Rússia assumiu o lançamento de armas de alta precisão em toda a Ucrânia, visando alvos militares e energéticos.

+ Rússia usa ‘drones kamikaze’ para devastar cidades ucranianas

Além ter deixado dezenas de civis presos sob escombros, a ofensiva desta segunda-feira danificou a infraestrutura de energia nas regiões Central e Norte da Ucrânia. Autoridades do governo ucraniano afirmaram que as pessoas atingidas pelos destroços do bombardeio foram resgatadas.

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, pediu aos cidadãos que reduzam o consumo de energia, especialmente durante os horários de pico, para ajudar a estabilizar o sistema elétrico do país.

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+ Rússia aumenta uso de drones ‘kamikaze’ na Ucrânia

Este é o segundo grande ataque a Kiev em uma semana. Na segunda-feira passada, 10, em resposta à explosão na ponte do estreito de Kerch na Crimeia, a Rússia desencadeou uma série de ataques com mísseis e drones contra a capital e outras grandes cidades da Ucrânia.

Os bombardeios mostram como as armas podem causar destruição e medo em uma capital que até uma semana atrás não era atacada há meses.

Os novos drones “kamikaze”, do modelo Shahed-136, apareceram pela primeira vez na guerra em setembro e são mais bem pensados ​​como pequenos mísseis de cruzeiro com uma capacidade destrutiva relativamente limitada, dada sua carga útil de 50 kg.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que a Rússia comprou 2.400 de dispositivos do tipo – um número alto, mas que está se esgotando rapidamente. A questão foi sinalizada pela primeira vez em agosto, quando Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, alegou que autoridades de defesa russas estavam comprando drones no Irã.

+ Irã vai fornecer centenas de drones de combate à Rússia, diz EUA

No início deste mês, Washington emitiu sanções contra uma companhia aérea iraniana que supostamente estaria envolvida no acordo com Moscou. O Ministério da Defesa do Reino Unido também observou o uso russo da tecnologia iraniana na guerra na Ucrânia em meados de setembro

+ Putin viaja ao Irã para conversar com aliado sobre guerra na Ucrânia

Na semana passada, a Força Aérea ucraniana afirmou que destruiu 37 drones de fabricação iraniana e três mísseis de cruzeiro no Sul e Leste do país. Na ocasião, cerca de 15 pessoas foram mortas e a destruição provocada pela ofensiva revela as limitações da defesa aérea de Kiev.

+ Como o conflito na Ucrânia está se tornando uma ‘guerra tecnológica’

Em resposta, os Estados Unidos afirmaram que acelerariam a entrega dos dois primeiros dos oito sistemas de defesa aérea prometidos da Nasam, que são considerados bons o suficiente para proteger o Pentágono.

Embora ameaçadores, o crescente uso de drones iranianos Shahed-136 pela Rússia reflete tanto a força quanto a fraqueza do Kremlin.

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Especialistas avaliam que o uso dos dispositivos controlados remotamente parece demonstrar que a Rússia está com falta de mísseis guiados. Drones como os Shahed-136 são mais eficazes contra esses alvos estáticos do que contra exércitos.

A pressão do avanço da Ucrânia na linha de frente, estaria reorientando os ataques de Moscou civis e infra-estrutura civil. Segundo analitas, a mudança de tática serviria para causar algum impacto no inimigo num momento em que o Exército russo sofre com a escassez de recrutas.

Ao mesmo tempo, a Rússia deseja muito interromper os avanços da Ucrânia no campo de batalha pelo menos até que as fortes chuvas do final do outono levem a algum tipo de pausa.

A Ucrânia vem montando uma contra-ofensiva, pressionando e empurrando as linhas russas desde o início de setembro. A Rússia também continua sob pressão na região nordeste, onde a Ucrânia está tentando avançar em direção a Kreminna, depois de tomar Lyman e Svatove, um centro de transporte.

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Justin Bronk, especialista em poder aéreo do Royal United Services Institute, diz que os drones “são difíceis de interceptar consistentemente”, mas sua velocidade no ar é lenta em relação aos mísseis de cruzeiro, o que significa que as defesas aéreas sempre terão uma chance.

“Em última análise, eles oferecem uma maneira para a Rússia causar mais baixas civis e militares na Ucrânia, mas não mudarão a maré da guerra”, disse Bronk, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Embora os ataques à capital tenham impressionado pela violência, alguns analistas especulam que a estratégia russa não terá efeito psicológico significativo na população civil ucraniana. Amplamente determinados a vencer a guerra, os ataques estão servindo para despertar ainda mais a ira dos ucranianos, principalmente depois que o presidente russo Vladimir Putin disse que “não havia necessidade” de ataques mais maciços à Ucrânia.

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