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Putin viaja ao Irã para conversar com aliado sobre guerra na Ucrânia

O presidente russo deve discutir o bloqueio de grãos ucranianos no Mar Negro, bem como a questão Síria e o acordo nuclear com o Irã

Por Da Redação
Atualizado em 20 jul 2022, 20h20 - Publicado em 19 jul 2022, 09h10

Vladimir Putin está a caminho de Teerã nesta terça-feira, 19, em sua segunda visita fora da Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. O objetivo da viagem é tecer conversas com Irã e Turquia sobre o fim do bloqueio aos portos (e grãos) ucranianos, o futuro da Síria e as chances de reviver o acordo nuclear do Irã.

As conversas de três vias do presidente russo com o iraniano Ebrahim Raisi e o turco Recep Tayyip Erdogan são divulgadas Kremlin como um sinal da contínua influência de Putin na região, após a recente visita ao Oriente Médio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

O embaixador russo em Teerã, Levan Dzhagaryan, disse em entrevista ao jornal Shargh no sábado passado que o Irã e a Rússia estavam agora em uma “única fortaleza”.

Espera-se que os três líderes tentem resolver suas diferenças sobre o futuro da Síria, onde todos têm forças militares, mas interesses conflitantes. A Turquia apoia grupos de oposição e está ameaçando uma nova ofensiva no norte da Síria, um movimento contra o qual Teerã e Moscou se opõem.

Além disso, Erdogan deve buscar um sinal de Putin de que está disposto retirar navios russos do Mar Negro, que impedem que grãos ucranianos deixem os portos. A União Europeia se comprometeu a não sancionar alimentos, transporte ou fertilizantes russos, mas Putin tem evitado os apelos turcos para realizar uma reunião conjunta na Turquia com a Ucrânia sobre o assunto.

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A Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), tem uma responsabilidade especial sob a convenção de Montreux de 1936 para o tráfego de navios no Mar Negro. O país propôs que a Rússia permita que os navios de grãos ucranianos deixem Odesa em rotas designadas, desde que sejam feitas verificações de que os navios não carregam armas.

A invasão da Ucrânia pela Rússia – o maior fornecedor de trigo do mundo – elevou os preços dos grãos em todo o mundo, agravando as crises alimentares pré-existentes. Dezenas de navios ficaram encalhados e 22 milhões de toneladas de grãos estão presas em silos nos portos ucranianos.

Hulusi Akar, o ministro da Defesa turco, disse que Rússia, Ucrânia, Turquia e as Nações Unidas assinarão um acordo nesta semana sobre o corredor de exportação de grãos após negociações em Istambul. Um centro de coordenação deve ser aberto em Istambul para permitir o encaminhamento dessas exportações através do Mar Negro.

Enquanto isso, Putin procurará usar as negociações no Irã para reforçar a oposição regional a quaisquer pactos de defesa propostos pelos Estados Unidos entre Estados do Golfo e Israel, que Washington julga necessários se o Irã seguir em frente com seu programa nuclear.

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A Rússia é parte das negociações nucleares que estão paralisadas em Viena devido à recusa dos Estados Unidos em suspender as sanções contra o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica. Washington diz que essas sanções não foram impostas devido ao acordo nuclear, mas devido às “atividades malignas” do grupo em toda a região.

As conversas também podem abordar a experiência do Irã em contornar as sanções americanas, e se há espaço para cooperação entre Moscou e Teerã para derrotar as medidas dos Estados Unidos. A visão de longo prazo é que os dois países reduzam a dependência do dólar para negociação. No curto prazo, pode haver discussões sobre a Rússia comprar drones iranianos para uso na Ucrânia.

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