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Candidatos tentam trazer 3º debate para âmbito doméstico

Em último encontro antes das eleições de 6 de novembro, os candidatos à Casa Branca devem mostrar quem será o melhor líder dentro do cenário internacional

Por Da Redação
22 out 2012, 22h34

No início do último capítulo da campanha presidencial nos Estados Unidos, o presidente democrata Barack Obama, que tenta a reeleição, e o republicano Mitt Romney se encontraram na noite desta segunda-feira para o terceiro debate presidencial, duas semanas antes das eleições de 6 de novembro. Para atrair os eleitores indecisos, os candidatos tentaram trazer a discussão, que originalmente seria exclusivamente sobre a política externa dos EUA, para o âmbito doméstico.

A primeira questão colocada pelo jornalista Bob Schieffer, mediador do encontro, foi sobre o ataque ao consulado americano em Bengasi, no qual morreu o embaixador americano na Líbia, J. Christopher Stevens. Depois disso, foi abordada a questão dos gastos militares e a postura dos EUA diante do programa nuclear iraniano. As mudanças no Oriente Médio após a chamada Primavera Árabe e o terrorismo na região também foram colocados em pauta. Outros temas foram as tensões entre Irã e Israel, a guerra no Afeganistão, a necessidade de intervenções militares e a China.

Mas a preocupação com a economia ficou evidente quando os candidatos tomaram um atalho da política externa direto para os cofres americanos. Romney mencionou que o déficit nacional é a maior ameaça à segurança dos Estados Unidos, e acrescentou: “Precisamos reforçar nossa economia em casa antes de projetar os valores americanos mundo afora”. Obama defendeu os cortes de custos na área militar, dizendo que os Estados Unidos podem reduzir seu déficit sem comprometer a segurança nacional.

A principal preocupação dos americanos durante toda a campanha eleitoral tem sido a economia. E o terceiro debate presidencial americano, realizado na Universidade Lynn, em Boca Raton (Flórida), pode ser decisivo para as pretensões dos candidatos à Casa Branca, empatados segundo as últimas pesquisas.

Farpas – Em várias oportunidades, Obama criticou fortemente seu rival. “Fico feliz que o senhor reconheça, governador Romney, que a maior ameaça à América seja a Al Qaeda. Há alguns meses, o senhor disse que a maior ameaça era a Rússia”, disse em um momento. “Você está não apenas errado, mas também confuso”, acrescentou.

Já Romney afirmou que a situação está deteriorando-se rapidamente no Oriente Médio e que parte disso é culpa da administração de Obama, citando a guerra civil na Síria, o perigo do Irã obter uma arma atômica e a morte do embaixador americano na Líbia. Segundo o republicano, a política de Obama se restringe a matar os líderes terroristas, e não promove a democracia no mundo.

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Apostas – De acordo com analistas políticos, Obama tentou mostrar que não tem nada por que se desculpar na forma pela qual conduziu a política externa e questionar a inexperiência de Romney em assuntos internacionais. O presidente pressionou o adversário a detalhar suas propostas a respeito de como os EUA devem se contrapor às políticas comerciais chinesas.

Já Romney tentou se apresentar como uma alternativa confiável a Obama no cenário internacional – apagando a má impressão deixada por uma viagem a Londres, Jerusalém e Polônia, em julho, que foi marcada por gafes e tropeços. Ao longo da campanha, Romney acusa Obama de ter permitido uma redução da influência americana no exterior.

O republicano prometeu uma posição mais dura em relação ao programa nuclear do Irã. Também acusou Obama de “liderar da retaguarda” a comunidade internacional diante da guerra civil síria, e de buscar um momento politicamente favorável para encerrar a impopular guerra do Afeganistão.

Popularidade – Em princípio, Obama leva vantagem sobre Romney em se tratando de política externa. É um assunto com que o presidente tem tradicionalmente mais familiaridade e alguns dos maiores trunfos da campanha do democrata são justamente promessas cumpridas na área da segurança nacional: a morte do ex-líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, e a retirada das tropas americanas do Iraque, onde a guerra iniciada por George W. Bush foi oficialmente terminada.

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Evidência dessa posição privilegiada de Obama está nas pesquisas sobre qual candidato lidaria melhor com a política externa. Em um levantamento do Centro de Pesauisas Pew sobre o tema, ainda anterior ao segundo debate – em que Obama se saiu melhor -, o presidente aparece com 47% da preferência dos eleitores, contra 43% de Romney.

O democrata, no entanto, já esteve 15 pontos porcentuais à frente do rival nessa mesma enquete em setembro, indicativo de que sua superioridade nesse quesito foi chamuscada pela forma como seu governo lidou com o ataque na Líbia, onde a segurança dos diplomatas americanos falhou e a inteligência americana demorou duas semanas para confirmar a origem terrorista do atentado.

Romney também começou a diminuir a desvantagem para o atual presidente depois do primeiro debate televisivo, realizado no início deste mês. Mesmo com a recuperação de Obama no segundo debate, o republicano não perdeu terreno nos últimos dias, com várias pesquisas de opinião mostrando os dois candidatos empatados ou muito próximos.

Líbia – No encontro da semana passada, Obama e Romney já discutiram sobre o atentado ao consulado americano em Bengasi. Romney contestou o presidente quando o democrata afirmou que chamou o ataque de “ato de torror” no dia seguinte ao episódio, alegando que o governo demorou para classificar o ataque como obra de terroristas.

A questão provocou uma intervenção da moderadora Candy Crowley, que corrigiu o republicano e afirmou que Obama havia classificado o ataque como um “ato de terror” um dia depois do atentado. Crowley foi bastante contestada pelos republicanos porque o presidente, apesar de ter falado em um “ato de terror”, não deixou claro se fazia uma referência específica ao ataque em Bengasi. “Nenhum ato de terror vai abalar a determinação dessa grande nação”, disse Obama.

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