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Obama e Romney têm mais momentos de enfrentamento

Questões sobre política interna dominaram o segundo debate, que contou com a participação de eleitores indecisos. Terceiro debate será na segunda-feira.

Por Da Redação
16 out 2012, 23h49

Depois de um primeiro debate morno, em que o republicano Mitt Romney foi apontado como vencedor por conseguir deixar o democrata Barack Obama na defensiva, no segundo encontro, nesta terça-feira, os dois candidatos à Presidência dos Estados Unidos tiveram mais momentos de enfrentamento. Depois das críticas ao seu desempenho no primeiro evento e de ver seu adversário subir nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Obama mostrou-se mais combativo. Romney, por sua vez, não trilhou o caminho contrário, carregando nas críticas ao governo e cobrando promessas feitas pelo atual mandatário.

O debate desta terça, realizado no estado de Nova York, teve formato de auditório e eleitores indecisos puderam fazer perguntas tanto sobre temas da agenda interna como externa. Os assuntos domésticos dominaram a mais de uma hora e meia de debate, período em que os dois trocaram acusações e ironias.

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Empregos – A primeira pergunta, sobre geração de empregos, foi direcionada ao ex-governador de Massachusetts. “O país não fez o progresso que precisamos para colocar o povo trabalhando novamente. O que tem acontecido nos últimos quatro anos tem sido muito, muito difícil para os jovens americanos”, disse Romney, acrescentando que é preciso criar mecanismos que permitam aos jovens sustentar seus estudos e conseguir entrar no mercado de trabalho depois de se formar – ele destacou que metade dos formandos não consegue emprego.

Obama falou em criar empregos por meio do investimento do governo na indústria, em especial a automobilística. E melhorar o sistema educacional: “Temos que assegurar que temos o melhor sistema de educação do mundo”. Obama também fez críticas ao republicano: “O governador Romney diz que ele tem um plano de cinco pontos. Ele não tem um plano de cinco pontos. Ele tem um plano de um ponto e este é assegurar que aqueles que estão no topo entrem no jogo com regras diferentes. Esta tem sido sua filosofia no setor privado, esta tem sido sua filosofia como governador e esta tem sido sua filosofia como candidato à Presidência”.

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Energia – A política energética foi o assunto que gerou mais embates entre os dois candidatos, que se interromperam em vários momentos e trocaram acusações. O presidente defendeu que seu país deve controlar a própria energia, ou seja, regular o preço dos combustíveis. “A produção de gás natural está no patamar mais elevado em décadas, tivemos aumento na produção de carvão e no emprego (no setor). Não podemos só investir nas formas tradicionais de energia. Ainda estamos abertos a novas áreas”, afirmou, acrescentando que Romney basicamente quer que “as companhias de petróleo comandem as políticas energéticas”.

O republicano rebateu dizendo que, apesar de a produção de energia ter crescido no país, isso não ocorreu graças ao presidente, porque durante seu governo ele diminuiu pela metade as autorizações de exploração – acusação negada por Obama, que argumentou: “o gás natural não está aparecendo de forma mágica, estamos ajudando nisso”.

Impostos – Os dois candidatos também divergiram sobre política de impostos. Obama acusou o republicano de tentar cortar impostos exclusivamente dos ricos, o que foi negado por Romney. O republicano disse que pretende cortar impostos para a classe média, que, em sua opinião, tem sido “esmagada” nos últimos anos. “Eu quero proporcionar algum alívio para as famílias da classe média”.

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Obama também falou em aliviar a carga tributária para a classe média, mas ampliou o período de tempo em que considera que essa parcela da população tem sido sobrecarregada: “ao longo da última década, dos últimos 15, 20 anos”. E citou uma entrevista do adversário a um programa de TV dizendo que, ao ser questionado se achava justo pagar menos imposto que um trabalhador comum, com renda menor, respondeu que sim, por achar que isso ajuda a economia a crescer. “Bem, eu não concordo com isso”, pontuou Obama.

Romney respondeu dizendo que sua proposta mantém a fatia mais rica da população pagando o mesmo que paga hoje. “Eu não vou cortar impostos para pessoas ricas”, repetiu, dizendo ainda que pretende ajudar as pequenas empresas que devem colaborar na reconstrução da economia do país. “Tivemos quatro anos nos quais ele disse que reduziria o déficit, mas ele o dobrou”, disse, atacando Obama.

Líbia – A pergunta sobre política externa, já na reta final do debate, foi sobre o atentado ao consulado americano em Bengasi, na Líbia. Antes do debate desta terça, a secretária de Estado, Hillary Clinton, assumiu a responsabilidade pelas falhas de segurança que permitiram o ataque. Obama, no entanto, tomou para si a responsabilidade, e voltou a criticar o que considerou um uso político do ataque por parte dos republicanos. Ele também lembrou que, no dia seguinte ao atentado, dirigiu-se ao povo americano dizendo que se tratava de um ato terrorista.

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A informação foi contestada por Romney, que disse que o presidente demorou para classificar o ataque como obra de terroristas. A moderadora do debate, Candy Crowley, interveio e contradisse o republicano, confirmando que Obama havia chamado o ataque de “ato de terror” um dia depois do atentado. Foi um momento de vantagem para o presidente, mas a mediadora foi contestada por causa da intervenção após o debate. O presidente, de fato, falou em um “ato de terror”, mas não se referiu especificamente ao ataque em Bengasi. “Nenhum ato de terror vai abalar a determinação dessa grande nação”, disse Obama após o atentado – seu governo, no entanto, demorou cerca de duas semanas para confirmar a origem terrorista do ataque.

Gafe – Respondendo a uma pergunta da plateia, Romney teve de dar explicações sobre um momento de revés em sua campanha, o vazamento do vídeo em que afirma que “47% dos eleitores dependem do governo e que seu trabalho não é “se preocupar com essas pessoas”. O ex-governador salientou: “Eu me importo com 100% dos americanos. Eu quero que 100% dos americanos tenham um futuro próspero”.

Em seu turno, Obama aproveitou para voltar a defender a parcela de americanos excluída na declaração do rival. “Eu acredito que o governador Romney é um bom homem. Mas quando ele disse a portas fechadas que 47% do país consideram a si mesmo vítimas, pense sobre quem ele estava falando”. O democrata acrescentou: “Eu quero brigar por eles (os 47%). Isso é o que eu venho fazendo nos quatro últimos anos. Porque se eles forem bem-sucedidos, esse país será bem-sucedido”.

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O terceiro e último debate, que tratará exclusivamente de política externa, será realizado na próxima segunda-feira em Boca Raton, no estado da Flórida. A discussão deverá ter como foco questões relacionadas às tensões entre Israel e Irã, às guerras no Afeganistão e no Paquistão e ao crescimento da China.

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