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Boric perde força e direita é maioria absoluta na nova Constituinte

A esquerda, liderada pelo presidente, não conseguiu o número de representantes suficiente para o poder de veto na assembleia

Por Da Redação Atualizado em 8 Maio 2023, 12h26 - Publicado em 8 Maio 2023, 12h13

O presidente chileno, Gabriel Boric, de esquerda, perdeu força no país depois de uma grande vitória do bloco da direita na eleição do conselho vai discutir a nova Constituição do Chile. A direita conseguiu no domingo, 7, a maioria absoluta de 33 cadeiras, mais do que as 31 necessárias para aprovar mudanças.

O Partido Republicano, formação de extrema-direita liderada por José Antonio Kast, obteve 35% dos votos. Com a coalizão da direita tradicional, Chile Seguro, que recebeu 21% dos votos, vai controlar a redação da Constituição.

A vitória aconteceu no último domingo, 7, quando foram decididos os 50 conselheiros constitucionais, encarregados de redigir uma nova Lei Fundamental após a rejeição da primeira versão em setembro passado. A esquerda mal conseguiu 17 dos 50 assentos, o que a deixa sem poder de veto no órgão, para o qual precisava de 21 integrantes.

A direita tem defendido a validade da atual Constituição, elaborada em 1980, durante a ditadura de Augusto Pinochet. A nova proposta de texto será colocada em votação em dezembro.

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“Aqueles que durante décadas negaram a possibilidade de uma mudança constitucional e aqueles que hoje representam a principal ameaça à democracia, terão o campo aberto para redigir o novo texto sem maiores dificuldades”, afirmou Pierina Ferretti, diretora executiva da Fundação Nó XXI, ligada à Frente Ampla de Boric.

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As duas direitas, a extrema e a tradicional, lideradas por uma nova geração que se comprometeu com uma nova Constituição, tiveram bons resultados. Ao todo, este setor político chega a 33 assentos no órgão que vai elaborar a proposta de uma nova Constituição, que supera até as melhores projeções das últimas semanas. Na prática, as direitas vão poder discutir entre si para redigir o documento.

Os três tradicionais partidos da oposição (UDI, Renovación Nacional e Evópoli) se verão pressionados entre duas opções: a tentação de endurecer suas posições e se misturar com o Partido Republicano de Kast, ex-militante da UDI, ou tentar manter distância e negociar com outros setores.

“A grande questão é se a liderança da direita vai enfrentar o tsunami. A tentação de seguir Kast e companhia será muito grande”, disse o cientista político Cristóbal Rovira, pesquisador da extrema-direita, ao El País.

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As eleições também marcaram a extinção da centro-esquerda agrupada na lista do Todo por Chile. Este grupo de partidos obteve 9% dos endossos, com os quais não obteve nenhum conselheiro. O Partido do Povo, força populista do economista Franco Parisi, também foi abaixo das projeções de que ganharia algumas cadeiras e ficou em último lugar.

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A demanda por uma nova Carta Magna no país começou no final de 2019. No ano seguinte, 78% da população apontaram em plebiscito voluntário que queria um novo texto. Boric assumiu a presidência no mesmo ano, porém o primeiro projeto foi rejeitado por 62% da população. 

Depois da contagem dos votos no domingo, Boric declarou que esperava que os novos conselheiros atuassem com sabedoria e moderação, buscando acordos para evitar os erros cometidos na primeira proposta.

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“Uma Constituição deve durar décadas, e é por isso que devemos ser capazes de fechar com sucesso esse debate”, disse Boric em uma coletiva de imprensa.

A Constituinte é considerada a última oportunidade para o Chile enterrar a Constituição de Pinochet. Em dezembro, os chilenos vão ter que decidir entre a proposta de Lei Fundamental de Kast ou a do antigo ditador do país.

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