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Assessores avisaram que não houve fraude na eleição de 2020, admite Trump

Em entrevista à emissora NBC, ex-presidente dos EUA revela que tomou 'sozinho' a decisão de continuar as acusações sobre irregularidades

Por Da Redação
Atualizado em 18 set 2023, 15h18 - Publicado em 18 set 2023, 14h24
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  • O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump admitiu no domingo 17 que seus assessores e conselheiros lhe informaram diversas vezes, em 2020, que as eleições que alçaram o democrata Joe Biden à Casa Branca naquele ano não haviam sido fraudadas. Além disso, o republicano afirmou que havia tomado a decisão de sustentar as alegações infundadas sobre supostas irregularidades “sozinho”.

    “A decisão foi minha”, disse ele em entrevista ao programa “Meet The Press“, da emissora americana NBC.

    O depoimento à televisão foi a primeira vez em que Trump concedeu uma entrevista a uma rede nacional desde que deixou a presidência, em janeiro de 2021. Ele explicou que não escutou as recomendações dos seus advogados porque não confiava na opinião deles, enquanto “respeitava muitos outros que diziam que a eleição foi fraudada”.

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    “Eu estava ouvindo muitas pessoas diferentes e, quando somei tudo, a eleição foi fraudada”, acrescentou. “Você sabe quem eu escuto? Eu mesmo. Eu vi o que aconteceu.”

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    Os comentários de Trump o colocaram, no entanto, numa saia justa. O Departamento de Justiça do governo americano, que em agosto indiciou o ex-presidente por tentar subverter o resultado da votação, defende que o republicano estava ciente de que as “alegações [sobre fraude] eram falsas”. Segundo a investigação, ele foi avisado por autoridades estaduais e federais de que as urnas não haviam trocado cédulas para interferir nos resultados do pleito.

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    A acusação do Departamento de Justiça, liderada pelo conselheiro especial e promotor Jack Smith, afirma que Trump foi avisado sobre isso pelo ex-vice-presidente republicano, Mike Pence; pelo diretor de inteligência nacional; por membros seniores do Departamento de Justiça; pela Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura do Departamento de Segurança Interna; por seus funcionários; por legisladores estaduais, além de tribunais estaduais e federais.

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    Ele, no entanto, não teria dado ouvidos às informações para “criar uma atmosfera intensa de desconfiança e raiva e minar a fé pública na administração das eleições”, segundo a investigação. Um comitê da Câmara que investigou, no ano passado, a invasão de uma horda trumpista ao prédio do Congresso Nacional, disse em seu relatório final que evidências como essas levam à conclusão de que “a causa central” do ataque foi “um homem, o ex-presidente Donald Trump, a quem muitos outros seguiram”.

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    O julgamento dessa acusação contra Trump começa no dia 4 de março de 2024, apesar de pedidos de sua equipe de defesa para adiar o processo até 2026, quase um ano e meio após as eleições presidenciais do ano que vem.

    O ex-presidente enfrenta, ao todo, quatro processos criminais. Um deles, de nível estadual, também é referente às tentativas de anular o resultado das eleições de 2020, com foco no pedido destinado ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, para “encontrar” cédulas que levassem à reeleição de Trump.

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