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Alemanha bane atividades políticas do Hezbollah no país

Organizacão xiita tem cerca de 1.000 simpatizantes no país, que arrecadam fundos e realizam manifestações contra Israel

Por Da Redação
30 abr 2020, 16h30

O governo da Alemanha anunciou nesta quinta-feira, 30, a proibição de todas as atividades do partido político libanês xiita Hezbollah em todo seu território. Durante a manhã, a polícia realizou batidas em mesquitas e estabelecimentos ligados ao movimento.

O Estado alemão proibia apenas a atuação do braço armado do Hezbollah no país – considerado como terrorista pela União Europeia, Estados Unidos e Israel. Segundo o porta-voz do ministro do Interior, Horst Seehofer, Steve Alter, “desde o amanhecer foram organizadas várias operações policiais em diversas regiões contra estabelecimentos vinculados ao movimento”.

Os estabelecimentos mencionados são três mesquitas em Berlim, a Al Ishrad, em Bremen, e outra em Munster, além de um centro para imigrantes libaneses em Dortmund, informaram a revista Der Spiegel e o jornal Bild.

Na Alemanha, o Hezbollah teria quase 1.000 simpatizantes que, segundo as autoridades do país, arrecadam dinheiro para o grupo e organizam manifestações contra Israel.

O Hezbollah é uma organização política que nasceu durante a Guerra Civil Libanesa (1975 – 1990) e atua em duas frentes: a armada, com ações voltadas contra Israel, e a política, dentro do país. O grupo armado foi responsável pela retirada da ocupação israelense e americana em partes do Líbano durante a década de 1980. Internacionalmente, o grupo ficou conhecido por executar atentados terroristas contra alvos israelenses e instituições judaicas.

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A cartilha da organização é clara: um Estado regido sob as leis de uma versão fundamentalista do Islã, tendo como exemplo a Revolução Islâmica de 1979. O Irã, por sua vez, usa o braço armado do partido em operações contra o Estado Islâmico na Síria, de orientação sunita fundamentalista, Israel e e alvos dos Estados Unidos no Iraque.

Em 1992, o grupo explodiu uma bomba na embaixada israelense na Argentina, matando 29 pessoas. Dois anos depois, em 1994, a Associação Mutual Israelita-Argentina (Amia), em Buenos Aires, foi alvo dos terroristas, que mataram 85 pessoas. O grupo nega ter participado do atentado.

Em memória aos 25 anos do atentado na Amia, o governo argentino congelou os bens do Hezbollah no país e declarou a organização como terrorista. O grupo está presente em peso na América do Sul, atuando na tríplice fronteira entre Argentina, Brasil e Paraguai, arrecadando fundos para suas operações ao redor do mundo. Também há suspeitas que o grupo esteja atuando na Venezuela sob anuência do ditador, Nicolás Maduro.

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