As atividades em um dos canteiros da hidrelétrica Belo Monte, no Pará, foram retomadas nesta sexta-feira, depois de ficarem paralisadas por toda a semana por causa da ocupação do local por 140 indígenas da etnia mundurucu. Outros manifestantes, porém, ainda ocupam o escritório central da obra da hidrelétrica – e permenecerão por lá até terça-feira, quando lideranças dos índios têm reunião com o governo.
Os manifestantes, que exigem a suspensão de todos os empreendimentos hidrelétricos da Amazônia, chegaram a invadir as obras no começo do mês, mas foram retirados dos canteiros uma semana depois. Na última segunda-feira, eles voltaram ao canteiro. Na terça-feira, uma ordem judicial determinou a reintegração de posse do local, ordenando a desocupação em 24 horas. O prazo terminou no final do dia seguinte, mas os indígenas não saíram do local. Até a noite de quinta-feira, os manifestantes continuaram na construção, com policiais federais, militares e soldados da Força Nacional de Segurança monitorando a situação a distância.
Mesmo com a decisão da Justiça, os indígenas só concordaram em deixar o canteiro depois que um representante do governo federal foi ao local, no final da tarde de quinta-feira, apresentando uma proposta de reunião em 4 de junho. O documento foi assinado pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
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O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras da usina, informou que os trabalhadores foram convocados para retomar as atividades no canteiro paralisado. A empresa, porém, disse que ainda não foi possível avaliar se houve danos às obras da usina. Atualmente, mais de 20 mil trabalhadores atuam na construção da usina.
Panorama – As obras da hidrelétrica Belo Monte completam dois anos em meados de junho e, desde seu início, sofreram paralisações causadas por greves de trabalhadores ou ocupações de índios e ribeirinhos, totalizando mais de 90 dias em que pelo menos um dos canteiros de obra da usina ficaram paralisados, segundo o CCBM.
A expectativa é de que a usina entre em operação em 2015 e tenha cerca de 11 mil megawatts (MW) quando estiver totalmente concluída. A Norte Energia, responsável pela usina, tem entre os acionistas a Eletrobras, os fundos Petros e Funcef, a Neoenergia, a Cemig e a Light.
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(com agência Reuters)