A startup brasileira QuintoAndar, que se tornou nesta terça-feira, 10, o nono unicórnio brasileiro, nasceu, em 2013, com o objetivo de eliminar as intermediações do mercado de aluguel de imóveis residenciais, por meio de corretoras e imobiliárias, conectando diretamente os inquilinos e os proprietários. Anos depois, Gabriel Braga, um dos fundadores da companhia, diz a VEJA que um dos setores da empresa com maior potencial de crescimento é o de parcerias com as próprias imobiliárias — já são 15 no total. E, segundo ele, com o aporte de 250 bilhões de dólares anunciados hoje, a plataforma quer ampliar o número de negócios com esta característica.
Nessa correlação, as imobiliárias trazem proprietários para a plataforma e fazem um relacionamento mais personalizado para os clientes da QuintoAndar que assim desejarem. Do outro lado, os clientes dessas empresas passam a fazer parte do sistema da startup, elevando as oportunidades de negócios.
Mesmo tendo nascido com o objetivo de eliminar intermediárias, Braga vê hoje o contato com as imobiliárias com bons olhos. “Essa parceria não é antagônica ou excludente”, afirma ele. “O que percebemos é que tem alguns proprietários que têm necessidades específicas, que preferem um atendimento mais pessoal, presencial. Faz sentido adaptarmos o nosso modelo e ao mesmo tempo, as imobiliárias também se adaptarem. Reconhecemos que existem proprietários que querem esse tipo de serviço e sabemos que não temos como oferecer diretamente, por isso temos parcerias com essas empresas, que por sua vez reconhecem que gente consegue gerar muito mais liquidez e segurança do que o modelo tradicional”, acrescenta.
Ao todo, as parcerias já ocorrem em 11 das 25 cidades que a empresa atua: São Paulo, Osasco, Campinas, Jundiaí, Porto Alegre, São Leopoldo, SP, Osasco, Campinas, Jundiaí, Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Goiânia. E segundo ele, a empresa espera aumentar esse número.
Com o investimento anunciado nesta terça, a empresa também deve começar um processo de expansão nacional e internacional. No Brasil, o foco é atingir as regiões Norte e Nordeste, regiões em que a startup não opera. Além disso, o objetivo é ampliar a participação nos municípios que já contam com o serviço.
Já a ampliação para o exterior deve ocorrer no ano que vem. “É provável” que seja em países da América Latina, diz ele. “A gente ainda está estudando quais países, os melhores candidatos. A ideia é que no ano que vem a gente coloque o pé fora do Brasil”, acrescenta.
O QuintoAndar se tornou unicórnio após uma rodada de investimentos de 250 milhões de dólares que teve a participação, dentre outros, do conglomerado japonês SoftBank e do fundo de investimentos americano Dragoneer. Segundo Braga, o aporte ocorreu “em um momento diferente para gente. Não precisávamos de capital no momento, porque fechamos uma boa rodada no final do ano passado”, afirmou ele.
São chamados “unicórnios” as startups que atingem o valuation (valor de mercado) de 1 bilhão de dólares ou mais. O termo surgiu como referência às lendas do Vale do Silício que inspiram os sonhos de empreendedores do mundo todo.
Como mostrou VEJA, a mais recente empresa brasileira a atingir a marca tinha sido a startup de entregas Loggi, em junho. Além disso, outras sete startups do país haviam chegado lá: 99, iFood, Movile, Nubank, Gympass, Stone e Arco Educação.