Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Levy caiu ao rejeitar caça às bruxas de Bolsonaro no BNDES, diz associação

Para o economista Arthur Koblitz, vice-presidente da entidade de funcionários, ‘pessoas sérias’ não acreditam na existência de ‘caixa-preta’ na instituição

Por Larissa Quintino Atualizado em 16 jun 2019, 19h27 - Publicado em 16 jun 2019, 19h24
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A Associação de Funcionários do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) enxerga com preocupação a sucessão de Joaquim Levy no comando do banco. Ele pediu demissão neste domingo, 16, após críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro ao seu comportamento à frente da instituição. Para o economista Arthur Koblitz, vice-presidente da AFBNDES, a queda ocorreu porque Levy não validou a “caça às bruxas” que o governo quer que seja feita no banco. 

    Publicidade

    “Vai ser difícil encontrar um nome que tenha responsabilidade de gestão e amor a sua biografia e que irá topar as demandas do governo”, afirmou. Segundo Koblitz, as exigências de Bolsonaro são a abertura da chamada “caixa-preta” do banco, com investigações de supostas propinas pagas a funcionários para que se concedesse empréstimos a empreiteiras nos governos do PT, e o pedido de devolução de dinheiro da União injetado no BNDES – essa pauta é do Ministério da Economia comandado por Paulo Guedes.

    Publicidade

    “Você não encontra entre as pessoas sérias quem ache que o BNDES é uma caixa-preta. Isso não faz sentido e ele ( Bolsonaro) quer alguém que se submeta. O mesmo vale para o lado do Ministério da Economia, que fala em ‘despedalar’ o BNDES devolvendo aportes feitos pela União. Isso é pedalar o BNDES porque desrespeita a Lei de Responsabilidade Fiscal na nossa visão”. O termo ‘despedalar’ foi usado por Guedes em maio, durante um fórum do banco.

    Antes do pedido de demissão de Levy vir a público, a associação já havia se manifestado contra as críticas de Bolsonaro ao então presidente do banco. Apesar de divergências sob alguns pontos da atual gestão, como o afastamento da chefe de departamento do Fundo Amazônia e declarações infelizes sobre operações de comércio exterior, a AFBNDES reconhece que Levy “nunca apoiou ou defendeu fantasias e calúnias que o presidente da República, sempre saudoso da campanha eleitoral, insiste em declarar sobre o BNDES”, diz uma nota publicada pela entidade. 

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Em meio à expectativa pela substituição de Levy, a associação fará um ato na próxima quarta-feira, 19, contra o que classificam como “desmonte” do BNDES.  A manifestação já havia sido convocada em protesto contra a proposta do relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB), de acabar com repasses do PIS e do Pasep para o banco.

    O ato contará com a participação de cinco ex-presidentes do BNDES: Dyogo de Oliveira (2018-2019), Paulo Rabello de Castro (2017-2018), Luciano Coutinho (2007-2016), Luiz Carlos Mendonça de Barros (1995-1998) e André Franco Montoro Filho (1985-1986). “Acho que o ato agora ganha ainda mais relevância em meio à saída de um nome que foi responsável com a administração do banco, mesmo com todos os pontos dos quais discordamos dele”, completou Koblitz 

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Queda

    Bolsonaro ameaçou passar por cima do ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem a presidência do BNDES está vinculada, caso Levy não suspendesse a nomeação de Marcos Barbosa Pinto para a Diretoria de Mercados de Capital da instituição. Pinto foi diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.

    Levy nomeou o Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy”, disparou Bolsonaro no Palácio da Alvorada no sábado 15, pouco antes de seguir viagem para Santa Maria (RS) para uma cerimônia militar. “Governo tem que ser assim: quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito. Ele está com a cabeça a prêmio há muito tempo”, completou.

    Publicidade

    Após as críticas de Bolsonaro, Levy entregou sua carta de demissão a Guedes neste domingo, como informou o Blog Radar, de VEJA. “Agradeço também, por oportuno, a lealdade, dedicação e determinação da minha diretoria. E, especialmente, agradeço aos inúmeros funcionários do BNDES, que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade”, disse o ex-presidente do banco em nota. 

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.