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Juiz solta ex-presidente da BRF e outros nove funcionários

Pedro de Andrade Faria tinha sido preso na terceira fase Operação Carne Fraca

Por Tatiana Babadobulos
Atualizado em 15 mar 2018, 11h05 - Publicado em 9 mar 2018, 19h41
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  • O juiz federal do Paraná, André Wasilewski Duszczak, da 1ª Vara de Ponta Grossa, revogou a prisão do ex-presidente da BRF Pedro de Andrade Faria. Ele foi preso na segunda-feira (5) pela Polícia Federal na terceira fase da Operação Carne Fraca. A empresa brasileira é uma das maiores do mundo no ramo de proteína animal e vende para 150 países. 

    A prisão era temporária e o juiz federal decidiu não prorrogar.

    Também foram soltos nesta sexta-feira (9) outros nove pessoas, entre funcionários e ex-funcionários da BRF que haviam sido presos. Natacha Camilotti Mascarello fica proibida de frequentar quaisquer fábricas da BRF, além de não poder exercer a atividade de médica-veterinária ou “analista/controle de qualidade” em qualquer estabelecimento ligado ao grupo.

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    Andre Luis Baldissera, Decio Luiz Goldoni, Fabiana Rassweiller de Souza e Hélio Rubens Mendes dos Santos Junior ficam proibidos de exercer atividade financeira ou econômica ligada à BRF, bem como acessar ou frequentar quaisquer unidades da empresa e estabelecimentos operacionais ligados ao grupo.

    Além de não poder acessar a BRF, Harissa Silverio Frausto também não pode frequentar laboratórios de análises.

    Luciano Bauer Wienke, Fabianne Baldo, Luiz Augusto Fossati e Tatiane Cristina Alviero também foram soltos, mas sem medidas cautelares.

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    Operação Trapaça

    A investigação da Polícia Federal (PF) aponta que três unidades de produção de frango da BRF – em Carambeí (PR), Rio Verde (GO) e Mineiros (GO) – fraudavam os resultados dos exames para a presença da bactéria salmonela. Uma fábrica de produção de ração da empresa, em Chapecó (SC), e três laboratórios que faziam testes de qualidade com os produtos também são investigados.

    De acordo com Alexandre Campos da Silva, coordenador-geral do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, as adulterações não representam, até o momento, risco para a saúde dos brasileiros. “Há dois tipos da salmonela que representam risco para a saúde. Não há nenhum indício de que havia a presença desses dois tipos nas unidades investigadas. Mas a apuração continua”, diz Silva.

    A fraude da empresa dizia respeito basicamente ao mercado externo e em em especial a doze destinos, no qual estão incluídos o bloco europeu, Rússia, África do Sul e China, que contam com regras mais restritivas para a medição da bactéria. “Se no Brasil temos uma tolerância próxima de 20%, nesses países o limite é próximo de zero”, afirma o coordenador-geral do Dipoa.

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    As exportações a partir dessas plantas estão suspensas pelo Ministério da Agricultura. “Nesta fase não há nenhum servidor público investigado e o Ministério da Agricultura está trabalhando ao lado da Polícia Federal”, diz. Segundo Silva, no entanto, podem ocorrer retaliações à carne brasileira por parte dos compradores.

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