Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Governo aciona rolo compressor para viabilizar aprovação de manobra fiscal

Parlamentares passam os vetos que travavam a pauta desta terça-feira, mas fica para esta quarta a votação em Plenário do projeto que muda a meta fiscal

Por Marcela Mattos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 nov 2014, 21h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Diante da pressa da presidente Dilma Rousseff para aprovar o projeto que autoriza o governo a descumprir a meta fiscal deste ano, e assim não economizar o que está previsto em lei, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), chancelado por parlamentares aliados ao Palácio do Planalto, recorreu a diversas manobras nesta terça-feira para atropelar normas regimentais da Casa e conseguir viabilizar a votação da proposta enviada pelo Executivo. Após seis horas de análise da lista de vetos presidenciais, que trancavam a pauta e impediam a apreciação do texto palaciano, Calheiros agendou para o início da tarde desta quarta-feira a votação.

    Publicidade

    No entanto, a apreciação do projeto que altera a meta do superávit primário ainda depende do resultado da sessão desta noite. Embora 322 deputados e 43 senadores tenham votado, isso ocorreu por meio de cédulas de papel, que trazem, inclusive, as obstruções. Técnicos do Congresso vão analisar os votos e o parecer final deve ser divulgado somente durante a madrugada. Se menos de 257 deputados e de 41 senadores tiverem voto contabilizado em cada um dos 38 vetos pautados, a sessão será invalidada e os vetos voltarão a trancar a pauta, impedindo a votação do projeto que muda a meta fiscal.

    Publicidade

    Leia também:

    Comissão de Orçamento aprova projeto do governo que dribla meta fiscal

    Publicidade

    Oposição pede no Supremo a suspensão da tramitação da LDO

    Continua após a publicidade

    Mesmo diante do imbróglio, Calheiros considerou a sessão finalizada e agendou a votação do projeto de Dilma para o meio dia desta quarta. Além de dar autonomia para o governo encerrar o ano sem atingir a meta de economia para pagar os juros da dívida, a presidente quer aprovar a proposta o quanto antes. Segundo assessores, disso depende o anúncio da nova equipe econômica do governo. A expectativa é que a nova composição econômica seja anunciada na quinta, contando com a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

    Publicidade

    A LDO com as metas de execução orçamentária para 2014 estabelecia originalmente patamar de superávit primário de 116,07 bilhões de reais e permitia abatimento máximo de 67 bilhões de reais para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias. Se aprovado, o novo projeto não prevê mais teto para abatimento, o que abre espaço para que a União não economize um centavo para pagar juros da dívida e até feche o ano em déficit.

    Votação de vetos – Mesmo sob obstrução da oposição, o plenário do Congresso analisou a lista de 38 vetos presidenciais que trancavam a pauta de votações. Com assuntos distintos, parlamentares opositores ao Planalto pressionaram para votar os vetos um a um – mas a proposta foi recusada por Renan Calheiros, que determinou a votação dos itens por meio de uma cédula única de papel, em vez do painel eletrônico, cujo processo leva mais tempo, por ser individualizado.

    Publicidade

    Leia também:

    Novo drible fiscal do governo é ‘balde de água fria’ para 2015

    Publicidade

    Governo pode ser punido por mudanças no Orçamento

    Além disso, o presidente do Congresso inverteu o tradicional trâmite da Casa e abriu a votação dos vetos antes mesmo da discussão das matérias, que certamente seria longa devido à quantidade de vetos. “O Renan determinou o início da votação sem uma discussão prévia, o que é elementar tanto na Câmara quanto no Senado. Como vamos votar sem saber o que está sendo discutido? É o rolo compressor do governo passando por cima do regimento e da Constituição Federal para aprovar a LDO a qualquer custo”, disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

    Também motivou protesto da oposição o início da votação no momento em que apenas 38 senadores estavam em plenário, quando o quórum mínimo é de 41. No entanto, o presidente do Congresso alegou que 44 senadores haviam marcado presença na sessão do Senado, o que atingiria o mínimo necessário. “O Renan atropelou tudo para atender o desespero da presidente Dilma”, disse o líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (BA).

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.