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Fitch mantém nota de crédito do Brasil, mas alerta sobre governo Bolsonaro

O cenário político desafiador, marcado por questões ligadas à corrupção e problemas na articulação do presidente, dificulta o progresso das reformas

Por Reuters Atualizado em 14 nov 2019, 19h17 - Publicado em 14 nov 2019, 18h57
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  • A agência de classificação de risco Fitch reafirmou nesta quinta-feira, 14, a nota de crédito soberano do Brasil em “BB-“, com perspectiva estável, e ponderou que uma melhora segue limitada por fatores como elevado endividamento público, rígida estrutura fiscal e um Congresso “fragmentado”. Assim, o país está na categoria considerada mais arriscada, sem grau de investimento e mais atrativa ao “capital especulativo”. Na visão da Fitch, o cenário político desafiador, marcado também por questões ligadas à corrupção e de problemas na articulação do governo de Jair Bolsonaro, dificulta o progresso das reformas fiscais e econômicas.

    Em contrapartida, a agência afirmou que a nota do Brasil é amparada pela capacidade do país de absorver choques externos, diante de um regime de câmbio flutuante, baixos desequilíbrios externos, robustas reservas internacionais e mercados domésticos de dívida pública.

    Apesar de ter avaliado como positivo o envio recente de medidas de cunho fiscal, incluindo as propostas de emenda à Constituição (PECs) para instituir o pacto federativo e um plano de emergência para diminuição dos gastos obrigatórios, a Fitch ponderou que a tramitação dessas matérias terá um caminho árduo pela frente.

    “Muitas dessas propostas envolvem mudanças na Constituição e diluição, atrasos e cortes em certas reformas não podem ser descartados. As perspectivas para a cooperação entre o Legislativo e o Executivo para as reformas não são claras, enquanto a priorização relativa e a sequência de reformas podem mudar”, disse a agência.

    “A falta de uma base estável e confiável do governo (Jair) Bolsonaro no Congresso pode dificultar e impor mais tempo às reformas, principalmente as que exigem emendas constitucionais. As eleições municipais em outubro de 2020 também podem reduzir a janela de reformas. Por fim, as perspectivas de reforma também poderão sofrer caso a economia tenha um desempenho inferior nos próximos meses”, acrescentou.

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