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Endividamento desencadeia ansiedade e sentimento de culpa

O inadimplente se sente mal-humorado, irritado, tem menos vontade de sair e se socializar com outras pessoas, segundo estudo

Por Redação
Atualizado em 24 out 2018, 22h03 - Publicado em 24 out 2018, 19h39
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  • Ficar com o nome sujo depois de atrasar o pagamento das contas é apenas um dos problemas que o endividado tem de enfrentar. Na maioria das vezes, a inadimplência desencadeia uma série de questões emocionais, que podem levar ao vício e piorar a organização das finanças, segundo levantamento realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

    De acordo com o estudo, 58% dos consumidores passaram a se sentir mais ansiosos depois que ficaram devendo. Outros sentimentos negativos foram associados ao endividamento, como insegurança (59%), stress (52%), angústia (47%), culpa (46%) e desânimo (41%).

    Quase um terço dos inadimplentes sente vergonha da família e amigos por ficar devendo, enquanto 12% temem não conseguir emprego em função do nome negativado. Outros 5% temem ser considerados desonestos pelas demais pessoas.

    “O estado emocional do devedor interfere de forma direta na maneira com que ele lida com suas finanças. Sentimentos negativos dificultam o processo de organização das contas e é preciso que ele encontre formas de não se deixar abater pelas preocupações”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

    Segundo ela, é preciso racionalidade e ponderação para lidar com as finanças e encontrar as melhores estratégias para sair da inadimplência. De acordo com a pesquisa, 22% das pessoas com contas atrasadas passaram a descontar a ansiedade em algum vício como cigarro, comida ou álcool e 15% passaram a gastar mais do que o costume com compras.

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    Quase um terço dos inadimplentes disse que não cortou gastos e 22% não abriram mão de compras que costumavam fazer mesmo endividados. “Essa reação intempestiva dos inadimplentes mostra como o estado emocional das pessoas pode piorar ainda mais a situação financeira”, afirma o educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.

    Segundo ele, compensar o momento de infelicidade com vícios e compras desorganiza ainda mais o orçamento do consumidor.

    O endividamento também afeta o rendimento no trabalho, escola e relacionamentos pessoais. Dois em cada dez devedores afirmaram ter ficado desatentos e pouco produtivos no trabalho ou nos estudos e 15% passaram a perder mais facilmente a paciência com colegas. No relacionamento com familiares e amigos, 16% têm estado mais nervosos.

    O inadimplente se diz mais mal-humorado, irritado, sente menos vontade de sair e se socializar. Outros relatam problemas como insônia, mais vontade de comer enquanto outros dizem que têm perda de apetite e vontade de dormir fora do normal.

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