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Com aprovação do Senado, Janet Yellen se torna a primeira mulher a presidir o Fed

Votação ocorreu nesta segunda-feira em Washington; economista de 67 anos deverá assumir cargo em 1º de fevereiro, substituindo Ben Bernanke

Por Da Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 10h27 - Publicado em 6 jan 2014, 20h56
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  • O Senado americano confirmou nesta segunda-feira o nome da economista Janet Yellen como a próxima líder do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Aos 67 anos, a atual número dois da autoridade monetária substituirá Ben Bernanke, que deixa o cargo no próximo dia 31, após oito anos. Yellen será a primeira mulher a ocupar o posto de comando da autoridade monetária dos Estados Unidos num momento crucial para o órgão: o início da retirada dos estímulos financeiros de 85 bilhões de dólares mensais injetados na economia americana desde a crise financeira.

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    A nomeação de Yellen foi anunciada pelo presidente Barack Obama em outubro do ano passado e passou com facilidade pelas bancadas de senadores democratas e republicanos no primeiro dia de trabalho após o recesso de fim de ano, numa votação de 56 contra 26. Segundo um comunicado assinado pelo democrata Tom Johnson, a população americana deve se sentir segura sobre o fato de o Fed ser comandado pela economista. “Ela provou por meio de sua extensiva e impressionante experiência no serviço público e na academia que é a pessoa mais qualificada para assumir o cargo”, afirmou o senador.

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    A economista graduou-se na Universidade da Califórnia, em Berkeley, e em Yale, onde foi aluna de, pelo menos, dois professores laureados com o Nobel da Economia: Joseph Stiglitz e James Tobin. Seu marido, George Akerlof, também é ganhador do Nobel. Segundo o jornal The Washington Post, a economista o conheceu nos anos 1970, durante sua primeira passagem pelo Fed, no cargo de economista internacional. Yellen voltou ao órgão na década de 1990, durante a administração Clinton, para fazer parte do conselho de dirigentes. Em 2004, passou a chefiar do Fed de São Francisco e desde 2010 assumiu o cargo de vice-presidente.

    Escolha conturbada – A discreta economista protagonizou, mesmo sem ter a intenção, um episódio inédito na história das escolhas dos dirigentes do Fed. A Casa Branca tem por regra indicar um nome técnico para o órgão, mas que disponha, obviamente, de algum capital político. Não se trata de uma votação ou escolha de mercado – os economistas tampouco concorrem ao cargo.

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    Contudo, conforme a data da saída de Bernanke se aproximava, os nomes de Yellen e do ex-secretário do Tesouro Larry Summers surgiram na imprensa como possíveis escolhas da Casa Branca. Tal situação, outrora corriqueira, foi transformada por economistas numa espécie de “corrida” pela presidência do Fed – como se o assunto fosse tema de disputa eleitoral. A possibilidade de escolha de Larry Summers, divulgada em reportagem do Washington Post, fez com que centenas de economistas se mobilizassem e enviassem uma carta aberta à Casa Branca pedindo que Yellen ocupasse o cargo.

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    Summers é considerado por muitos como um dos culpados pela desregulamentação do sistema financeiro que desencadeou a crise econômica de 2008. Também é visto como “arrogante” e “truculento”, segundo relatos da imprensa americana, o que dificultaria a formação de um consenso entre os diretores do Fed durante as tomadas de decisão. Diante da torcida contra, o economista enviou uma carta ao presidente Obama pedindo para não ser considerado para o cargo, deixando o caminho livre para a condução de Yellen.

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    A indicação de Yellen agradou ao Partido Democrata e à grande maioria dos economistas americanos. Os jornais The New York Times e Financial Times já haviam tornado pública sua preferência por Yellen em editoriais ao longo do ano. Os ganhadores do Nobel Paul Krugman e Joseph Stiglitz publicaram artigos endossando a colega. “Ela foi uma das minhas mais brilhantes alunas”, escreveu Stiglitz.

    Apesar de não ter o trânsito político de Larry Summers, Yellen foi a artífice, junto com Bernanke, do programa de estímulos colocado em prática desde 2007 que ajudou a resgatar a economia americana da recessão. Também é vista como uma profissional conciliadora, característica importante num órgão em que as decisões são baseadas em consenso. Uma transição suave, parcimoniosa e quase imperceptível é o que o mercado espera com o início de sua gestão – sobretudo num momento em que os estímulos começarão a ser retirados da economia.

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    https://www.youtube.com/watch?v=rDhFwC8UpCk

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