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Lawrence Summers retira candidatura à chefia do Fed

Ex-secretário do Tesouro enfrentava oposição crescente dentro do Partido Democrata

Por Da Redação
15 set 2013, 19h00

O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Lawrence Summers telefonou na manhã deste domingo para o presidente Barack Obama e disse que retirava seu nome da lista de candidatos à sucessão de Ben Bernanke no comando do Federal Reserve, o banco central americano. “Eu concluí, relutantemente, que qualquer possível processo de confirmação seria controvertido e não serviria aos interesses do Fed, da administração ou, no fim das contas, da atual recuperação econômica do país”, disse Summers em carta enviada a Obama depois do telefonema.

A decisão de Summers obriga Obama a considerar outros candidatos potenciais à presidência do Fed, entre eles a vice de Bernanke, Janet Yellen, o ex-vice-presidente do Fed Donald Kohn e o ex-secretário do Tesouro Timothy Geithner, que também já presidiu o Federal Reserve Bank de Nova York, principal dos doze distritos regionais do banco central dos EUA. Ao estudar suas opções, Obama já entrevistou Yellen e Kohn; Geithner disse não estar interessado.

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Em comunicado, Obama disse que aceitou a desistência de Summers, a quem descreveu como “um membro de importância crítica de minha equipe quando enfrentávamos a pior crise econômica desde a Grande Depressão, e foi em grande parte por causa de sua experiência, sabedoria e liderança que nós fizemos a economia voltar a crescer e fazer o tipo de progresso que estamos vendo hoje”.

Summers, que havia sido secretário do Tesouro durante o governo do presidente Bill Clinton, na segunda metade dos anos 1990, presidiu o Conselho Econômico Nacional durante o começo do governo Obama. Muitos acreditavam que ele era o candidato preferido por Obama para tornar-se presidente do Fed quando o mandato de Bernanke terminar, em janeiro de 2014.

Mas seu nome enfrentava oposição crescente por parte de liberais (por ser um defensor da desregulamentação bancária que teria contribuído para a eclosão da crise financeira de 2008), de organizações feministas (por ter dito, quando era reitor da Universidade Harvard, que mulheres não têm aptidão para ciências e engenharia) e também do Comitê de Bancos do Senado, onde sua nomeação teria de ser confirmada.

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Para a ala mais liberal do Partido Democrata, Summers é um símbolo da desastrosa desregulamentação do setor financeiro que criou as condições para a crise de 2008. Mas ele também “era claramente a escolha do presidente. Depois de todos os problemas que ele tem tido com a base, uma grande batalha pela confirmação no Senado parecia ‘uma ponte longe demais’. O maior problema seria a Síria, e deixar Summers exposto por tanto tempo… isso não se faz”, disse um alto funcionário do governo.

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Nas últimas semanas, Obama tem enfrentado críticas da ala liberal de seu partido. Parte delas foi motivada por acusações de que os esquemas de espionagem global da Agência de Segurança Nacional (NSA) violam as leis americanas de privacidade. Os demais ataque foram motivados pelo anúncio do plano de lançar ataques contra a Síria. Fonte:

Leia a seguir a íntegra da carta de Summers a Obama:

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“Caro sr. Presidente,

Escrevo para retirar meu nome para consideração para ser o presidente do Federal Reserve.

“Foi um privilégio trabalhar com você desde o começo de sua administração, quando você liderou o país através de uma recessão severa para uma recuperação econômica sustentada, construída sobre políticas para promover o emprego e fortalecer a classe média.

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“Este é um momento complexo em nossa vida nacional. Eu concluí, relutantemente, que qualquer possível processo de confirmação para mim seria tumultuado e não serviria aos interesses do Federal Reserve, do governo e, no fim das contas, aos interesses da atual recuperação econômica do país.

“Espero continuar a apoiar seus esforços para fortalecer nossa economia nacional, com a criação de uma prosperidade de base ampla, e para reformar nosso sistema financeiro de modo que nenhum presidente tenha novamente de enfrentar o que você e sua equipe econômica têm enfrentado desde assumir o cargo em 2009.

“Sinceramente,

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“Lawrence Summers.”

(com Estadão Conteúdo)

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