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Na última reunião do ano, Fed reduz estímulos em US$ 10 bi

O banco central dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira que vai reduzir o programa de compra de ativos do montante de US$ 85 bilhões mensais para US$ 75 bilhões

Por Da Redação
18 dez 2013, 16h09

Na última reunião do ano, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu reduzir em 10 bilhões de dólares o programa de estímulos à economia do país, que passará dos atuais 85 bilhões de dólares mensais para 75 bilhões de dólares. “À luz do progresso acumulado em direção à máxima do emprego e a melhora das perspectivas do mercado de trabalho, o Fed decidiu reduzir modestamente o ritmo de sua compra de ativos”, disse o BC norte-americano em comunicado.

A decisão foi anunciada às 17 horas (horário de Brasília) após o encerramento da reunião de dois dias dos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed (Fomc, na sigla em inglês). O mercado já aguardava ao menos uma redução do ritmo de compra de ativos devido à melhora dos dados econômicos dos Estados Unidos nos últimos meses. A taxa de desemprego dos EUA caiu para 7% em novembro, a mínima em cinco anos. Outro dado positivo recente foi o crescimento acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, que registrou alta de 3,6% no terceiro trimestre.

A redução do ritmo de compra de ativos, que vinha sendo anunciada desde julho, foi aprovada por nove votos a um. Junto à decisão, o Fed disse ainda que os estímulos serão reduzidos gradualmente, à medida que a economia der sinais de melhora. Contudo, o BC norte-americano enfatizou que esse ritmo não é determinante, e que uma redução mais brusca pode ocorrer se os indicadores melhorarem muito.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, disse em coletiva após a decisão, que a diminuição do ritmo de compra de ativos deve ser feita de forma semelhante à anunciada nesta quarta, em “passos moderados”. Esta é a última coletiva de imprensa programada de Bernanke como presidente do BC norte-americano. Ele deixará o cargo em 31 de janeiro e deve ser sucedido por Janet Yellen, indicada pelo presidente Barack Obama ao posto. A nomeação de Yellen, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente do Fed, depende da aprovação do Senado dos EUA, que deve sair ainda esta semana.

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Indicadores – Em sua fala, Bernanke fez questão de enfatizar que o que existe é uma expectativa de redução no ritmo dos estímulos de forma gradual. Contudo, isso dependerá dos indicadores econômicos. Junto ao comunicado sobre a política monetária, o Fed divulgou projeções para crescimento do PIB, inflação e taxa de desemprego. As projeções são mais positivas do que aquelas apresentadas na reunião anterior, em setembro. Os membros do Fomc esperam que a taxa de emprego fique entre 6,3% e 6,6% no ano que vem, mais próxima à meta de 6%.

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Quanto ao crescimento econômico, a projeção foi melhorada de um intervalo de 2,8% e 3,2% para 2,9% e 3,1%. Já para a inflação, dado bastante observado pelo Fed para decidir sobre a política monetária, a meta de 2,0% deve ser atingida apenas a partir de 2015, segundo projeções do Fed.

Juros – O BC dos EUA manteve a taxa de juro próxima de zero e disse que ela deve permanecer nesse patamar enquanto o desemprego for superior a 6,5% e a inflação projetada não superar 2,5%.

A decisão de criar um programa para injetar mensalmente dólares na economia surgiu para tentar reanimar a economia dos EUA que, cinco anos depois da eclosão da crise de 2008, ainda sente os efeitos das perdas vistas no setor financeiro.

Brasil – Desde abril, os mercados internacionais vêm sofrendo oscilações devido à expectativa do fim dos estímulos do Fed. O efeito é sentido, principalmente, nos países emergentes. No Brasil, por exemplo, a ameaça de redução do programa de compra de ativos fez com que a Bovespa amargasse perdas e o dólar disparasse ao longo do ano. A moeda norte-americana começou o ano com cotação próxima a 2 reais e chegou a atingir um pico de 2,45 reais em agosto, maior cotação em quase cinco anos. Nesta quarta-feira, o dólar teve alta de 0,86% e fechou cotado a 2,34 reais.

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Para tentar atenuar a escalada do dólar, o Banco Central do Brasil deu início em agosto a um programa diário de intervenções no câmbio. O presidente do BC, Alexandre Tombini, disse na semana passada que para o país é melhor que os EUA coloquem fim aos estímulos o quanto antes. A autoridade monetária já sinalizou que vai dar sequência às intervenções no câmbio, mas detalhamento deve sair apenas no final desta semana.

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