O Banco Central da Turquia elevou nesta terça-feira as taxas de juros em 4,25 pontos porcentuais, de 7,75% para 12%, um movimento já antecipado para tentar impedir uma forte desvalorização da moeda nacional, a lira. A forte alta era esperada desde que o diretor do Banco Central, Erdem Basci, afirmou que subiria os juros após uma reunião emergencial da equipe econômica. Contudo, o mercado esperava aumento menor – para 9%. O BC turco afirmou que a política monetária continuará pressionada até que haja uma melhora clara na perspectiva para a inflação.
Logo após anunciar a medida, a lira teve uma forte alta, de mais de um centavo de dólar, e ficou acima dos 45 centavos após um dia em que tinha se estabilizado pouco acima dos 44 centavos. “Recentes eventos internos e externos estão tendo um impacto adverso sobre a percepção do risco, dando lugar a uma desvalorização significativa da lira turca e um pronunciado aumento do prêmio de risco”, afirmou a autoridade monetária do país em comunicado. “O Banco Central colocará em prática as medidas necessárias ao seu alcance para conter o impacto negativo destes eventos sobre a inflação e a estabilidade macroeconômica”, advertiu.
A entidade também garantiu que o endurecimento da política monetária continuará nos próximos meses. “A orientação rumo a uma política monetária restritiva se manterá até que haja uma melhora significativa nas perspectivas de inflação. Sob esta orientação da política (monetária), se espera que a inflação alcance a meta de 5% em meados de 2015″, concluiu a nota.
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A medida do banco central volta a deixar a taxa de juros nos níveis em que estava durante a maior parte de 2012, a partir de quando foi sendo reduzido até chegar ao menor porcentual, 6,5%, em maio do ano passado.
Desde agosto, quando os juros foram fixados em 7,75%, o Banco Central tinha se negado a usar este instrumento para frear a forte queda da lira turca, que perdeu 25% nos últimos oito meses.
Na quinta-feira, a autoridade monetária tentou em vão frear a desvalorização cambial vendendo 2 bilhões de dólares de suas reservas de divisas, mas o efeito durou apenas algumas horas.
Ainda nesta terça, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan afirmou que se opunha à alta dos juros, mas lembrou que o BC de seu país “é independente”.
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(Com EFE)