O Banco Central anunciou nesta quarta-feira a extensão do programa de intervenção no mercado de câmbio até, pelo menos, 30 de junho de 2014. Segundo o BC, serão ofertados diariamente 200 milhões de dólares em swaps cambiais – equivalente à venda de dólares no mercado futuro.
O BC disse ainda que os leilões de venda de dólares no mercado à vista com compromisso de recompra serão realizados de acordo com a situação de liquidez do mercado de câmbio. “Sempre que julgar necessário, o Banco Central do Brasil poderá realizar operações adicionais de venda de dólares através dos instrumentos ao seu alcance”, disse o BC em comunicado.
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A especificação do programa acontece logo depois de o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) anunciar que vai diminuir o ritmo dos estímulos à economia norte-americana. Para tentar reanimar o crescimento econômico, o Fed vem comprando mensalmente ativos desde setembro de 2012. Atualmente, o volume injetado no mercado era de 85 bilhões de dólares por mês. A partir de janeiro, o valor será reduzido em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares mensais.
Uma redução dos estímulos do BC norte-americano tem impacto direto na cotação do dólar, que tende a subir ante o real. Os efeitos ainda não puderam ser sentidos no pregão desta quarta-feira já que o anúncio do Fed coincidiu com o fechamento do mercado nacional, às 17 horas (Brasília).
Intervenções – O BC vem fazendo intervenções diárias no mercado de câmbio regularmente desde o final de agosto, quando anunciou um programa especificando o tamanho de sua ação para tentar controlar a alta volatilidade do dólar desde que o Fed sinalizou que poderia diminuir o ritmo de sua compra mensal de ativos. O temor do fim do programa do BC norte-americano trouxe pânico aos mercados ao longo de 2013, especialmente aos emergentes. No Brasil, por exemplo, o dólar saiu de uma cotação próxima aos 2 reais no início do ano para o pico de 2,45 reais em agosto.
Ao especificar quais serão suas ações no mercado de câmbio, o BC brasileira consegue visa dar mais previsibilidade aos investidores e tenta proteger o mercado brasileiro de fortes turbulências provocadas pela variação cambial. A continuidade do programa, que se encerraria em dezembro, já havia sido anunciada pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, que não forneceu mais detalhes à época.
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(com agência Reuters)