O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central salientou na ata da última reunião que no cenário atual “a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos doze meses persistam no horizonte relevante”. O documento foi divulgado na manhã desta quinta-feira.
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A ata também cita a recente valorização do dólar, dizendo que a depreciação cambial dos últimos trimestres “constitui fonte de pressão inflacionária em prazos mais curtos” e que “os efeitos secundários dela decorrentes, e que tenderiam a se materializar em prazos mais longos, podem e devem ser limitados pela adequada condução da política monetária”. A influência do câmbio na alta dos preços já havia sido citada na ata de julho.
O Copom manteve estável a projeção para a inflação de 2013 em relação ao valor considerado na reunião de julho e acima da meta de 4,5%, levando em conta o cenário de referência. Para 2014, a expectativa de inflação também não foi alterada e segue acima da meta. O cenário de referência considerou a manutenção do dólar a 2,40 reais e a taxa Selic em 8,50% ao ano “em todo o horizonte relevante”.
Na semana passada, o Copom elevou o juro básico em 0,5 ponto porcentual, para 9,0% e disse que isso ajudará a colocar a inflação em declínio.
Política fiscal – Quando à política fiscal, o BC mudou sua avaliação a respeito dos impactos da política fiscal. No documento anterior, a avaliação do Copom era a de que as variáveis fiscais apontavam para um balanço do setor público “em posição expansionista”. Desta vez, criam-se condições para que, no horizonte relevante para a política monetária, o balanço do setor público se desloque para a zona de neutralidade.
“O Comitê nota ainda que a geração de superávits primários compatíveis com as hipóteses de trabalho contempladas nas projeções de inflação, além de contribuir para arrefecer o descompasso entre as taxas de crescimento da demanda e da oferta, solidifica a tendência de redução da razão dívida pública sobre produto e a percepção positiva sobre o ambiente macroeconômico no médio e no longo prazo”, apontou o documento.
(com Estadão Conteúdo e Reuters)