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Natalie Portman brilha como Jacqueline Kennedy em ‘Jackie’

Primeiro filme em inglês do cineasta chileno Pablo Larraín humaniza a ex-primeira-dama dos Estados Unidos nos dias após o assassinato de John F. Kennedy

Por Mariane Morisawa, de Toronto
Atualizado em 14 set 2016, 10h29 - Publicado em 12 set 2016, 20h42
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  • Ousadia é o que não falta ao chileno Pablo Larraín. Depois de lançar Neruda, uma nada convencional biografia do poeta Pablo Neruda no Festival de Cannes, em maio, ele estreia em língua inglesa com outra biografia, Jackie, sobre ninguém menos do que a ex-primeira-dama dos Estados Unidos Jacqueline Bouvier Kennedy. O filme, que ganhou o prêmio de roteiro em Veneza e está sendo exibido no Festival de Toronto, não chega a ser tão corajoso quanto Neruda, mas é um retrato fascinante de Jackie, interpretada por Natalie Portman, em uma das atuações mais brilhantes de sua carreira.

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    As primeiras cenas são incômodas: Jacqueline Kennedy (1929-1994) tinha uma maneira muito particular de falar, que soava artificial. Mas elas estabelecem uma plataforma que permite o mergulho para além de sua fachada cuidadosamente construída. A partir da conversa da primeira-dama com um jornalista (Billy Crudup), apenas uma semana após o assassinato do presidente, em 22 de novembro de 1963, o roteiro de Noah Oppenheim e a direção de Larraín costuram uma colcha de memórias em que Jacqueline estabelece sua narrativa e a do legado do seu marido – várias vezes, ela deixa claro que vai editar aquilo que falou na entrevista e, portanto, o que vai ser publicado.

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    Mas o filme também mostra momentos de descontrole, de desafio e de fragilidade. Jackie era várias, com uma máscara para cada ocasião. Há conversas reveladoras com seu cunhado Robert Kennedy (interpretado por Peter Sarsgaard), que também seria assassinado em 1968, e com um padre (John Hurt). Há a confusão do luto, de não saber o que fazer naquela situação. Por vezes, ela é fútil, em outras, transborda dignidade. Em alguns momentos, irrita, em outros, apaixona.

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    Larraín nunca advoga estar contando “a” verdade sobre aquela mulher. O mais correto seria dizer “uma” verdade. E essa faz toda a diferença, ao mesmo tempo em que torna menores quaisquer chances do filme para o Oscar de melhor produção – o roteiro e Natalie Portman devem, porém, estar na lista. Cineasta de atmosfera, Larraín imprime um tom fantasmagórico e solene, com uma música dissonante de Mica Levi (de Sob a Pele) e um trabalho de câmera que se afasta das imagens de arquivo, sempre distantes, para exibir sua protagonista em super closes que fazem todo o sentido.

     

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