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A fúria contra ator que criticou uso de ‘coordenadores de sexo’ nos filmes

Ao dizer que esses profissionais em alta na era do #MeToo tiram "espontaneidade' das atuações, astro Sean Bean foi detonado por atrizes como Rachel Zegler

Por Amanda Capuano Atualizado em 10 ago 2022, 12h50 - Publicado em 10 ago 2022, 12h49

A crítica de Sean Bean à presença de coordenadores de intimidade nos sets de filmagens segue rendendo reações negativas na indústria do entretenimento. Em uma entrevista recente, o astro de Game of Thrones declarou que os profissionais que coreografam as cenas de sexo arruínam a espontaneidade do momento. A última a rebater o comentário foi Rachel Zegler. “Espontaneidade em cenas íntimas pode ser perigoso. Acorda”, disparou em uma postagem no Twitter em que agradece o acolhimento dos profissionais em West Side Story.

A protagonista do musical não foi a única a sair em defesa dos coordenadores. Nesta semana, Amanda Seyfried revelou à Porter Magazine que se permitiu ficar em situações desconfortáveis no início da carreira, como andar nua pelo set ainda muito nova. A publicação destaca que Seyfried, de alguma maneira, “preferia estourar na indústria agora, em que a presença de coordenadores de intimidade é uma realidade”. “Eu tinha 19 anos e não queria chatear ninguém. Queria manter meu emprego”, explicou ela sobre o motivo para não reivindicar mudanças na época.

Outra que se colocou a favor da presença dos profissionais foi Lena Hall, parceira de cena de Bean na série Snowpiercer. Em uma passagem da entrevista, ele cita uma cena da produção para dizer que tudo depende da atriz. “Essa [Lana] tinha um musical de cabaret na bagagem, então topava tudo”, escreveu. A fala desagradou a companheira. “Só porque estou no teatro (não em um cabaré, embora eu me apresente neles de vez em quando) não significa que eu tope tudo”, escreveu nas redes sociais, antes de esclarecer que não se sentiu desconfortável com a cena. “Sinto que os coordenadores de intimidade são uma adição bem-vinda ao set e acho que podem ajudar com o trauma vivido em outras cenas. Às vezes você precisa deles, às vezes não, mas cada pessoa, cena e experiência é diferente.”

Quem também respondeu a uma fala direta de Bean foi Jameela Jamil, que interpreta a vilã da futura série da Marvel, She-Hulk. “O trabalho não deveria ser nada além de técnico. É como um golpe. Nossa função como atores é fazer com que não pareça técnico. Ninguém quer ser apalpado improvisadamente”, escreveu fazendo referência à passagem em que o ator dize que “a maneira natural” como os amantes se comportam seria arruinada por alguém que “transforma isso em um um exercício técnico.”

Com nome sugestivo e popularidade em alta nas produções do streaming, o coordenador de intimidade é responsável por planejar e fiscalizar cenas picantes, garantindo que não haja constrangimentos. Lá fora, a tendência começou em 2017, depois que os abusos de Harvey Weinstein deflagraram o #MeToo em Hollywood e alertaram sobre a necessidade de um cuidado extra nos sets. De lá para cá, o cargo se popularizou no cinema e streaming como uma forma de evitar abusos e garantir que a gravação seja confortável para todos. Trata-se, enfim, de um evidente – e possivelmente duradouro – legado da mobilização feminina contra o abuso no movimento #MeToo. “Embora seja um pouco embaraçosos no início, os coordenadores de intimidade são essenciais para proteger nossa segurança”, opina o ator Rahul Kohli, da minissérie A Missa da Meia-Noite

 

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