Se agora, no fim de fevereiro, as forças militares da Ucrânia convocam a população a pegar em armas e usar coquetéis Molotov para ajudar a defender o país sob ataque, um mês antes o presidente Volodymyr Zelensky minimizava notavelmente a ameaça de uma invasão russa. “O que devemos fazer? Só uma coisa: permanecer tranquilos”, declarou, em janeiro, quando Putin já tinha mobilizado mais de 100 000 soldados perto da fronteira. “Vamos festejar a Semana Santa em abril. E depois, em maio, o mesmo de sempre: sol, férias, churrasco. Em seguida, chega o verão”, acrescentou.
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Antes de se eleger, em 2019, Zelensky era comediante profissional e estrelou uma série de TV sobre um professor de história desconhecido, gente como a gente, que acaba sendo eleito presidente da Ucrânia. Ele não costuma perder a piada e em 14 de fevereiro (há duas semanas, portanto) teve que esclarecer que estava brincando quando afirmou que uma invasão russa aconteceria 48 horas depois, no dia 16.
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“Use fitas azuis e amarelas e mostre ao mundo nossa unidade”, escreveu, no Facebook. Ninguém achou graça, o mercado foi quase à lona e Mykhailo Podoliak, conselheiro presidencial, teve que vir a público para explicar que Zelensky estava sendo irônico.
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