Forte concorrente da líder Netflix, o Globoplay tem como trunfo um amplo catálogo de produções nacionais, especialmente as novelas feitas pela rede Globo. Nesta segunda-feira, 7, a plataforma aumentou seu poderio ao disponibilizar 50 filmes brasileiros. Estão lá desde o popular drama policial Tropa de Elite 1 e 2 e as piadas eróticas de De Pernas Pro Ar até Cidade de Deus (2002), aclamado como um exemplar incontornável da história do cinema mundial, e o tragicômico O Auto da Compadecida (2000), ambos fruto da retomada do setor, impulsionada por incentivos fiscais em meados dos anos 90.
Confira a seguir cinco filmes disponíveis na plataforma e que são essenciais para conhecer a história do cinema brasileiro:
Rio, 40 Graus (1955)
O filme de Nelson Pereira dos Santos marca o pontapé inicial do Cinema Novo, que se consagrou entre os anos 1960 e 1970 denunciando a desigualdade social brasileira e colocando a classe baixa sob os holofotes em filmagens de câmera na mão. A trama acompanha cinco garotos que descem da favela para a orla com o intuito de vender amendoim aos turistas no verão do Rio de Janeiro.
Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
Dirigido por Glauber Rocha, o nome mais proeminente do Cinema Novo, o filme foi escolhido pelo governo para representar o Brasil no Festival de Cannes de 1964, onde integrou a seleção oficial ao lado de Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, também disponível no Globoplay. O longa acompanha um casal de sertanejos que se abriga em uma comunidade messiânica depois que o homem mata o patrão, conhecido por explorar seus funcionários.
O Beijo da Mulher Aranha (1986)
Adaptação do romance homônimo do argentino Manuel Puig, o filme conta a história de Valentín Arregui (Raul Julia), um preso político da ditadura, e Luís Molina (William Hurt), um homossexual condenado por corrupção de menores, que dividem a cela. Sem muito interesse por política, Molina narra para o colega de cela a trama de um filme alemão que é o seu preferido, enquanto Valentín tenta resistir aos abusos sofridos para delatar os companheiros. Dirigido por Hector Babenco, o filme se passa no Brasil, mas é falado em inglês, e foi indicado a quatro categorias no Oscar: melhor filme, diretor, roteiro adaptado e melhor ator, o último vencido por Hurt.
Eles Não Usam Black-tie (1981)
Baseado na peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, o longa é dirigido por Leon Hirszman, e foi premiado em vários festivais internacionais, entre eles o de Veneza. A trama se passa em São Paulo, durante os anos 80, e usa a história de uma família de operários para registrar os dramas da classe trabalhadora da época. Durante uma greve sindical e prestes a se casar, Tião (Carlos Alberto Riccelli) fura o movimento por medo de perder o emprego, mas a decisão o coloca em oposição ao pai, Otávio (Gianfrancesco Guarnieri), um defensor sindical que passou anos preso durante a ditadura.
Central do Brasil (1998)
Filme que rendeu à Fernanda Montenegro sua primeira e única indicação ao Oscar, o filme acompanha a protagonista Dora, que escreve cartas para analfabetos na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Dora cruza o caminho de um garoto (Vinícius de Oliveira) que perdeu a mãe e quer encontrar o pai no interior do nordeste. Antes durona e solitária, a mulher se rende ao garoto na jornada, que registra ao longo da viagem os contrastes do país.