Rosa Weber vai lançar no Amazonas primeira Constituição em língua indígena
Evento com a presidente do STF acontece nesta quarta-feira, em São Gabriel da Cachoeira, e também terá a participação da ministra Cármen Lúcia
A ministra Rosa Weber, presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça vai lançar nesta quarta-feira a primeira tradução oficial da Constituição Federal em língua indígena. O evento vai acontecer em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, e também terá a participação da ministra Cármen Lúcia. As duas também terão outras atividades no Estado dedicadas aos povos originários.
A tradução da Constituição foi feita por indígenas bilíngues da região do Alto Rio Negro e Médio Tapajós, na língua Nheengatu, conhecida como o tupi moderno. A iniciativa visa promover os direitos dos povos indígenas no marco da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032) das Nações Unidas. Busca também cumprir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16 da Agenda 2030, que tem como finalidade promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
O projeto foi realizado em parceria com o Tribunal de Justiça do Amazonas e a Escola Superior da Magistratura do Estado do Amazonas, e conta com o apoio institucional da Fundação Biblioteca Nacional e da Academia da Língua Nheengatu.
“A nossa Constituição Cidadã de 1988 expressa os anseios da sociedade brasileira, em sua pluralidade e diversidade, formada ao longo dos séculos por grupos sociais das mais variadas origens étnicas, que lograram resistir à colonialidade e à escravidão. Ao traduzir a nossa Lei Maior ao idioma nheengatu, preservado por inúmeras comunidades distribuídas por toda a Região Amazônica, buscamos efetivar a igualdade em sentido substantivo, assegurando o acesso à informação e à justiça e permitindo que os povos indígenas conheçam os direitos, os deveres e os fundamentos éticos e políticos que dão sustentação ao nosso Estado Democrático de Direito”, afirma Rosa Weber.
A presidente do STF participará ainda da sanção da Lei Estadual de cooficialização das línguas indígenas e instituição da Política Estadual de Proteção das línguas indígenas no Amazonas e receberá o 1º Protocolo de Consulta da Federação das Organizações dos Povos Indígenas do Rio Negro, na Maloca da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro. Ela também terá uma reunião com as lideranças indígenas Yanomami na Aldeia Maturacá.