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Bolsonaro vai ficar irritado? Como Mandetta avalia a própria entrevista

'Brasileiro não sabe se escuta o ministro da saúde, o presidente, quem é que ele escuta?', disse chefe da Saúde sobre atos do presidente

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 abr 2020, 08h30 - Publicado em 13 abr 2020, 08h26

Na noite deste domingo, quando sua entrevista-bomba já corria na TV, Luiz Henrique Mandetta foi questionado por um interlocutor se a fala para o Fantástico não poderia piorar as coisas com Jair Bolsonaro. O que respondeu Mandetta? “Acho que não. Foi super tranquila”, respondeu o ministro.

O ministro da Saúde deu nesse domingo um duro recado ao presidente, que insiste em desmoralizar o apelo do ministério para que as pessoas cumpram isolamento social contra a pandemia.

Ao ser questionado sobre a postura de Bolsonaro, que continua com aglomerações e atos contra o isolamento, o ministro foi franco. “A postura preocupa porque a população olha e pensa, será que o ministro está contra o presidente… o nosso problema é o coronavírus. Se eu estou ministro da saúde, estou por obra do presidente. O presidente olha muito o lado da economia. O ministério da saúde entende a economia, mas olha pela proteção da vida”, diz Mandetta.

Na sequência, ele cobra o fim da ação do Planalto contra o discurso da Saúde. “Espero que essa validação dos diferentes modelos possa ser comum e a gente possa ter uma fala única, uma fala unificada, porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se ele escuta o ministro da saúde, o presidente, quem é que ele escuta?”, diz Mandetta na entrevista.

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Mandetta falou à TV Globo sentado na sala de Ronaldo Caiado. O governador de Goiás rompeu com Bolsonaro justamente porque o presidente desrespeitou a estratégia de isolamento social.

Como em política, alguns gestos revelam mais do que palavras, Mandetta mostrou ao presidente que não continuará calado nem parado, caso seja demitido do Planalto. Aceitará o convite do governador goiano para cuidar da estratégia de saúde num estado onde o governante acredita na ciência e no isolamento social.

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