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Em recado a Bolsonaro, Mandetta cobra ‘fala unificada’ na crise

'Brasileiro não sabe se escuta o ministro da saúde, o presidente, quem é que ele escuta?', disse chefe da Saúde sobre discurso presidencial

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 abr 2020, 12h52 - Publicado em 12 abr 2020, 21h50

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deu uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, a emissora que é tratada por Jair Bolsonaro com uma inimiga do governo. Na conversa, Mandetta manda seu mais duro recado ao presidente, que insiste em desmoralizar o apelo do Ministério da Saúde para que as pessoas cumpram isolamento social contra a pandemia.

Ao ser questionado sobre a postura de Bolsonaro, que continua com aglomerações e atos contra o isolamento, o ministro é franco: “A postura preocupa porque a população olha e pensa, será que o ministro está contra o presidente… o nosso problema é o coronavírus. Se eu estou ministro da saúde, estou por obra do presidente. O presidente olha muito o lado da economia. O ministério da saúde entende a economia, mas olha pela proteção da vida”, diz Mandetta.

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Na sequência, ele cobra o fim da ação do Planalto contra o discurso da Saúde. “Espero que essa validação dos diferentes modelos possa ser comum e a gente possa ter uma fala única, uma fala unificada, porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se ele escuta o ministro da saúde, o presidente, quem é que ele escuta?”, diz Mandetta na entrevista.

É a forma de Mandetta demonstrar que não tem mais paciência — ele quase se demitiu nesta semana, como mostrou o Radar — para continuar lidando com o estado de negação do Planalto e a irresponsabilidade presidencial diante da pandemia.

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Na quinta, Bolsonaro foi vaiado ao ir até uma padaria, na Asa Norte, em Brasília. Na sexta, tomou nova onda de vaias com panelaço ao passear pelo Sudoeste, antigo reduto bolsonarista na capital federal. Nas imagens, o presidente, além de desrespeitar a quarentena e provocar aglomerações, limpa o nariz com o braço e, na sequência, aperta as mãos de apoiadores.

É esse tipo de comportamento, associado a postagens na internet e seguidas declarações contra o isolamento que boicotam o trabalho de Mandetta e de sua equipe. “Quando você vê as pessoas entrando em padaria, entrando em supermercado, fazendo filas grudadas, pessoas aglomeradas, isso é claramente uma questão equivocado”, diz Mandetta na entrevista, sem citar Bolsonaro.

Em outro recado a Bolsonaro, ao falar dos motivos para o descrédito no isolamento social, o ministro citou como exemplo “gente que gosta da internet, que vê na internet uma fake news e acredita que isso é coisa de países para ganharem vantagens econômicas, outras pessoas que acham que existe um complô mundial contra elas, como se tivesse alguma solução ou mágica para resolver a situação sem sacrifício”.

A fala do ministro, além de ser um recado direto ao presidente, é a prova mais clara que de que Bolsonaro segue atrapalhando o trabalho do próprio governo. A conta é simples: se os brasileiros seguirem Bolsonaro, mais pessoas irão às ruas e serão expostas ao vírus.

Com uma onda de infectados, o sistema de saúde entrará em colapso e muito mais brasileiros irão morrer por falta de leitos hospitalares. É por isso que Mandetta fala para que as pessoas fiquem em casa.

O presidente, no entanto, é contra essa tática. Considera que o prejuízo econômico é mais importante que o risco de expor os brasileiros ao vírus fatal.

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