VEJA Mercado | Fechamento da semana | 21 a 25 de agosto
O Ibovespa, principal índice do mercado financeiro, encerrou a semana com saldo positivo, fato que não ocorria desde a semana do dia 17 de julho. No acumulado dos últimos cinco dias úteis, o índice acumulou variação de 0,37%, sendo que a maior parte dos ganhos se concentrou na terça e quarta-feira — quando a expectativa para a aprovação definitiva do arcabouço fiscal aumentou e, logo após aprovado, o mercado pode digerir o novo fato. Juntos, os dois dias renderam alta de 3,23% ao Ibovespa. Já a cotação do dólar, que iniciou a semana em 4,97 reais, chegou a mínima de 4,86 no dia seguinte à aprovação do projeto para controle dos gastos públicos. A moeda americana encerrou a semana cotada a 4,87 reais.
Apesar de não ser considerado ideal pelo mercado, rendendo críticas especialmente por seu foco demasiado no aumento da arrecadação, o arcabouço fiscal traz segurança aos investidores — especialmente aos que temiam um total descontrole de gastos por parte do governo federal. Com 379 deputados a favor e 64 contrários na votação de terça-feira, 22, a matéria foi sacramentada com ampla margem. Em etapa anterior, o Senado flexibilizou o texto, criando algumas exceções à regra. Delas, permaneceram a retirada do principal fundo da educação básica, o Fundeb, e do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) das despesas limitadas.
Ao mesmo tempo em que o governo federal condiciona o aumento de seus gastos à elevação das receitas, medidas que pressionam os cofres públicos são levadas à frente. Na última quarta-feira, 23, a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória (MP) que aumenta o salário mínimo de 1.302 para 1.320 reais e amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 1.903 para 2.640 reais por mês. A fim de custear o gasto advindo da medida, o governo incluiu uma taxação de investimentos no exterior, as offshores, na MP. Contudo, o conteúdo não teve respaldo no Legislativo, que o considerou um “jabuti”, e foi retirado da medida a fim de facilitar sua aprovação.
De maneira semelhante à sustentabilidade fiscal, o prognóstico da inflação no país é de um otimismo cauteloso. Por mais que o último IPCA-15, índice que mede a prévia da inflação, tenha vindo acima das expectativas do mercado, a avaliação de analistas é de que não se trata de um risco potencial para a inflação. Segundo o dado, divulgado na sexta-feira, 25, os preços dos bens e serviços subiram 0,27% em agosto. Assim, acumula elevação de 4,24% em 12 meses — acima da meta de 3% estipulada pelo Banco Central, que permite variação de até 1,5 ponto para cima ou para baixo.
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