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O Som e a Fúria

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
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O que falta para Anitta fazer do hit ‘Envolver’ uma nova ‘Despacito’

Sucesso em espanhol tornou a cantora a primeira brasileira a atingir o topo da parada global do Spotify - e não deve parar por ai

Por Amanda Capuano 26 mar 2022, 10h30

Na sexta-feira, 25, Anitta se tornou a primeira brasileira a assumir o topo da parada global de músicas do Spotify, com o hit Envolver. Lançada em novembro, a faixa em espanhol exala um gingado latino – e o fato dessa fórmula contagiar o mundo não chega a ser novidade. Antes de Anitta, os porto-riquenhos Luis Fonsi e Daddy Yankee explodiram em escala planetária com o hit Despacito. Lançado em 2017, o sucesso inescapável (e para muitos insuportável) foi a primeira música latina a liderar a parada hoje dominada por Anitta, abrindo caminho para que outras canções em espanhol a seguissem. Embalada para as dancinhas da era TikTok, Envolver já desperta uma especulação: teria ela potencial para tornar-se uma nova Despacito?

Igualar-se ao hit de Fonsi e Yankee, porém, não é tarefa fácil. Com seu refrão arrasa-quarteirões, a canção acumula, cinco anos depois da estreia, 1,36 bilhão de reproduções na versão original, e 1,53 bilhão no remix feito por Justin Bieber. Em maio de 2017, quando a versão com Bieber chegou ao topo, a canção original, lançada em janeiro, já acumulava mais de 300 milhões de reproduções na plataforma. Envolver foi ouvida até hoje  79,4 milhões de vezes – número expressivo o suficiente para colocar Anitta no topo, mais ainda longe do primeiro hit latino a chegar ao lugar mais alto do pódio. Se seguir nesse ritmo, porém, a cantora tem tudo para que seu sucesso se amplie.

Impulsionada nas redes sociais com o desafio “El paso de Anitta”, em que usuários de redes como Tik Tok e Instagram compartilham vídeos tentando reproduzir a coreografia, a canção viralizou e se tornou um fenômeno de reproduções. Anitta, que de boba não tem nada, aproveitou a onda, e fez campanha para seguir escalando a parada. “Eu nunca vi o Brasil tão unido pra uma coisa, parecia Copa do Mundo. Muito obrigada. Não sei se vamos continuar no número 1, mas só de ter batido lá já é algo que a gente nunca viu no nosso país”, comentou em um vídeo de agradecimento. “O Brasil está me ajudando demais a subir essa música, mas metade dos plays é internacional. A viralização começou lá fora e é resultado de anos e anos de persistência”, esclareceu ela.

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O sucesso internacional é um ponto-chave para que o hit continue a evoluir. Além das estratégias de marketing de Anitta, que já se mostraram promissoras, pesa a favor dela também o fato de que o espanhol está cada vez mais em alta no cenário musical. Em 2020 e 2021, o porto-riquenho Bad Bunny foi o artista mais ouvido no Spotify, com letras inteiramente cantadas no idioma nativo. Uma pesquisa da revista The Economist publicada em janeiro também mostrou que o inglês perdeu espaço nas paradas musicais nos últimos cinco anos: nos países latinos, a língua anglófona passou de 25% dos hits para apenas 14%. Já onde a língua nativa não é nem o inglês, nem o espanhol, como é o caso do Brasil, a queda foi de 52% para 30%. Inteligente, e sempre ligada nas tendências, Anitta colhe hoje os frutos de anos de estratégia para se firmar no mercado internacional. Agora, é esperar para ver até onde o mundo irá se deixar envolver.

Confira o clipe de Envolver:

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