Em filme biográfico, Laura Pausini imagina sua vida sem a fama
Um ano após ter sido indicada ao Oscar e ter vencido o Globo de Ouro, a cantora italiana revela como é sua vida particular
Desde que venceu o tradicionalíssimo Festival de San Remo, em 1993, aos 18 anos, com a música La Solitudine, a vida da italiana Laura Pausini nunca mais foi a mesma. A canção se tornou um sucesso mundial, inclusive no Brasil, e a cantora se tornou uma estrela mundial, lotando estádios em diversos países da Europa. Desde então, uma dúvida incomodava a artista: como teria sido a sua vida se ela não tivesse vencido o fatídico festival? A questão serve como ponto de partida para o filme autobiográfico Laura Pausini – Prazer em Conhecer, que estreia nesta quinta-feira, 7, no serviço de streaming Amazon Prime Video.
O filme é dividido em duas narrativas: uma real e outra imaginária. Na vida real, Laura conta a sua história de vida a partir da indicação em 2021 ao Oscar de melhor canção original por Io Sí, do filme Uma Vida à Sua Frente, que ela não ganhou, e a vitória no Globo de Ouro, do mesmo ano, também com a mesma canção. Laura mostra sua vida particular, como o casamento com Paolo Carta e nascimento da filha Paola e também o relacionamento com os pais e as amigas da escola. Já na narrativa imaginária, Laura não venceu San Remo, é artesã e cantora de piano-bar e mãe solteira. “As duas Lauras estão fazendo as mesmas coisas, mas em situações diferentes. A meta final não é a fama”, diz a cantora, que conversou em português por videoconferência com a reportagem de VEJA.
A América Latina e especialmente o Brasil também ganham destaque especial no filme. Há anos que a cantora lança sempre duas versões de seus álbuns, uma em italiano e outra em espanhol e, eventualmente, canções em português. Ela já gravou com Ivete Sangalo e Sandy e seu maior sucesso no Brasil, a canção em português Inesquecível, ganhou sobrevida quando foi regravada pela dupla Sandy & Junior. “Um dia, uma senhora chamada Hebe Camargo viajou de férias para a Itália e ouviu meu disco. Voltou para o Brasil com 50 CDs e me convidou para ir ao seu programa. Foi a partir daquele programa que fiquei conhecida no Brasil. Devo muito a ela. Ela mudou a minha vida. E também o Serginho [Groisman]. Ele é meu amigo de verdade. Na pandemia conversamos muito”, lembra Laura.
Feito para os fãs, trata-se obviamente de um filme chapa-branca e bastante condescendente com a artista. O trabalho tem o mérito de mostrar momentos íntimos, como os almoços de domingo com o marido, os enteados e a filha, o relacionamento com os pais, especialmente com o pai (que a incentivou a cantar) e as amigas de infância, de Faença, onde ela nasceu. Um dos momentos mais divertidos fica para o final, que mostra os bastidores da festa do Oscar, quando Laura parou para comer um hambúrguer com o marido. “Eu já tinha feito uma dieta maluca para entrar no vestido. Ser indicada já foi uma vitória. Nada melhor do que um belo hambúrguer americano para celebrar”, brinca. Ao final, Laura conclui: não importa se ela tivesse ficado famosa ou não, sua vida privada não seria nada diferente do que é hoje.